Copom eleva Selic em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, anunciou nesta quarta-feira (29) uma alta de 1 ponto percentual na taxa Selic, que assim passa a ser fixada em 13,25% ao ano. No comunicado, o comitê sinaliza outra alta da mesma magnitude na próxima reunião.

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O Copom afirma que o ambiente externo permanece desafiador em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, o que suscita dúvidas sobre ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed.

Vale destacar que, nesta quarta-feira, o Federal Reserve (Fed) manteve a taxa de juros dos Estados Unidos inalterada na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano.

Já em relação ao cenário doméstico, o comunicado do Copom afirma que o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado dinamismo. O comitê destaca que inflação cheia e as medidas subjacentes mantiveram-se acima da meta para a inflação e novamente apresentaram elevação nas divulgações mais recentes.

A decisão do Copom de elevar a Selic já havia sido antecipada pelo próprio comitê na reunião de dezembro. Na ocasião, o colegiado sinalizou duas altas de 1 ponto percentual nas duas reuniões subsequentes.

Fato é que a opção por elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual nesta quarta-feira foi unânime no colegiado: Gabriel Galípolo (presidente), Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Gabriel Muricca Galípolo, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira votaram pela elevação.

Entre outros destaques do comunicado, o comitê afirma que segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros.

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“A percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes”, diz o comunicado.

O comitê reforça que o cenário recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista.

“O Copom então decidiu elevar a taxa básica de juros em 1,00 ponto percentual, para 13,25% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”, escreve o comitê.

Assim, o Copom antevê, em se confirmando o cenário esperado, uma nova alta de 1 ponto percentual na Selic na próxima reunião.

Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, o comitê destaca:

  • Uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado;
  • Uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo;
  • Uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.

Já entre os principais riscos de baixa, são citados:

  • Impactos sobre o cenário de inflação de uma eventual desaceleração da atividade econômica doméstica mais acentuada do que a projetada;
  • Um cenário menos inflacionário para economias emergentes decorrente de choques sobre o comércio internacional e sobre as condições financeiras globais.

A próxima reunião do Copom acontece entre os dias 18 e 19 de março de 2025.

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Guilherme Serrano

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