Como ficam o FIIs diante de uma nova alta na Selic?
Nesta quarta-feira (29), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deve elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano. Mesmo diante desse contexto, analistas indicam que os FIIs ainda podem ser uma boa alternativa para investidores que buscam diversificação e valorização de patrimônio no longo prazo.
Acontece que, com a alta na Selic, os investimentos em renda fixa tornam-se mais populares, uma vez que o risco retorno de se investir na renda variável começa a se deteriorar.
Enquanto um fundo de tijolo paga 9% ao ano, por exemplo, um título atrelado à Selic pode oferecer rendimentos superiores, já que a taxa básica de juros deve chegar a 13,25% ao ano.
Contudo, a queda nos preços das cotas eleva automaticamente o dividend yield dos FIIs, proporcionando maior renda passiva para quem aproveita o momento para investir, explica Leonardo Garcia, analista de research da Trix.
O especialista afirma também que o desempenho das cotas dos FIIs não está necessariamente vinculado à trajetória da Selic, mas às expectativas do mercado.
Em 2024, por exemplo, os FIIs alcançaram recordes de captação, mesmo com a Selic em níveis elevados. Isso reflete a importância de um ambiente econômico mais estável e sinais de recuperação para o setor imobiliário.
Atualmente, segundo analistas, muitos fundos imobiliários estão sendo negociados com desconto em relação à qualidade de seus portfólios, o que pode representar uma oportunidade de entrada para investidores.
Garcia destaca que fundos com ativos bem-posicionados têm maior proteção contra riscos como aumento de vacância ou inadimplência. Além disso, eles podem manter uma distribuição estável de rendimentos e até mesmo destravar valor por meio da venda de imóveis, diz o especialista.
Os fundos de tijolo demonstram mais resiliência em cenários adversos, afirma o analista da Trix. Isso porque inquilinos podem renegociar contratos ou serem substituídos, o que ajuda a preservar a geração de receita dos imóveis.
Além disso, muitos fundos contam com contratos de aluguel de longo prazo, garantindo previsibilidade de receita e reduzindo a exposição às oscilações do mercado.
Dessa forma, Leonardo Garcia afirma que, mesmo com a taxa Selic em patamares elevados, tanto os fundos de tijolo quanto os fundos de papel apresentam boas perspectivas.
“Qualquer sinal de melhora econômica ou queda na Selic pode impulsionar o mercado de FIIs, ajustando as cotações à qualidade dos portfólios”, completa.