Cogna (COGN3): Itaú BBA corta recomendação e preço-alvo

Em novo relatório sobre o setor educacional, o Itaú BBA rebaixou sua recomendação para a Cogna (COGN3) de outperfom (compra) para market perform (neutra), e cortou o preço-alvo de R$ 3 para R$ 1,50.

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Segundo a casa, a decisão reflete desafios macroeconômicos e setoriais que pressionam os ganhos de curto prazo da empresa, apesar de uma execução operacional sólida nos últimos trimestres.

A divisão de ensino superior, Kroton, é apontada como o principal motor de crescimento da receita da Cogna em 2025, impulsionada por reajustes de preços para alunos avançados e volumes saudáveis no segmento presencial. No entanto, a modalidade de ensino a distância enfrenta tendências de captação mais fracas, segundo o relatório.

A Vasta, por sua vez, deve registrar crescimento de receita devido ao aumento do valor anual contratado (ACV), especialmente no segmento B2G (business-to-government).

Em contrapartida, diz o BBA, a divisão Saber enfrenta desafios com a sazonalidade do programa PNLD (Programa Nacional do Livro Didático), o que pode limitar o desempenho no período.

No total, a casa projeta uma receita líquida consolidada de R$ 6,59 bilhões para a Cogna em 2025.

Impacto na margem e resultados futuros

Apesar do crescimento da receita, o Itaú BBA prevê uma contração na margem EBITDA ajustada, estimada em 31,9% (-0,8 p.p. na comparação anual). A pressão sobre a margem decorre da performance mais fraca na margem bruta da Kroton e da sazonalidade da Saber.

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Além disso, o aumento das taxas de juros previsto para 2025 deve pressionar os resultados financeiros da COGN3, com projeção de alta de 8% nas despesas financeiras em relação a 2024. O lucro líquido ajustado esperado para o ano é de R$ 305 milhões, uma queda de 18% na base anual.

Revisão do preço-alvo e recomendação

O Itaú BBA revisou para baixo suas estimativas de lucro da Cogna para 2025 em 29% desde a última atualização, em setembro de 2024. Apesar do desconto no múltiplo preço/lucro (P/E) projetado de 8,4x para 2025, o valuation da Cogna não se mostra atrativo em relação a outros ativos do mercado brasileiro, diz o relatório.

Além disso, o retorno esperado pelo método IRR (Internal Rate of Return) de 16,4% está abaixo do custo de capital próprio estimado pelo Itaú BBA, de 18,5%. Essa combinação de fatores levou à redução do preço-alvo para as ações da Cogna para R$ 1,50 por ação.

Na contramão do relatório, a Cogna opera em alta de 1,46% por volta das 16h30 desta segunda-feira (27), com ações cotadas a R$ 1,39.

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Guilherme Serrano

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