Selic a 15% em 2025? Saiba como investir em fundos de investimento neste cenário
As perspectivas para a taxa Selic em 2025 estão cada vez mais desafiadoras. De acordo com a última edição do relatório Boletim Focus do Banco Central, a mediana das estimativas do mercado financeiro aponta para uma taxa básica de juros na casa dos 15% até o final do ano. Se confirmado, este será o maior patamar em 19 anos, desde julho de 2006.
Essa elevação na Selic afeta diretamente os investimentos. Afinal, as taxas mais elevadas tendem a encarecer o crédito, valorizar a renda fixa e pressionar ativos de maior risco, como as ações.
No entanto, mesmo em meio a este contexto, algumas classes de ativos podem ser estratégicas. Entre elas, alguns tipos de fundos de investimento podem se beneficiar dos juros em alta e auxiliar na proteção do patrimônio.
Com taxa Selic a 15%, em quais fundos devo investir?
Algumas categorias de fundos se destacam em momentos de Selic elevada. Entre elas estão os fundos de crédito privado, como os de debêntures incentivadas.
“Para proteção de patrimônio, as melhores alternativas são fundos com indexação pós-fixada e baixa volatilidade […] Fundos de crédito incentivado, como os de debêntures incentivadas, oferecem benefícios fiscais e podem capturar o movimento de reprecificação da inflação”, explica Ricardo Ribeiro, gestor de renda fixa e multimercados da Fator Gestão de Recursos.
Outra opção são os fundos multimercados, que oferecem flexibilidade para explorar os movimentos do mercado de juros. De acordo com Ribeiro, esses fundos podem oferecer uma abordagem estratégica, visto que possuem posições favoráveis para cenários de juros elevados.
Estes são os casos do Fator Macro FIC FIM, fundo multimercado, e do Fator Debêntures Incentivadas. Nos últimos 12 meses, os fundos acumulam uma variação positiva de 14,86% e 11,52%, respectivamente, estando acima do CDI do período.
“É sempre importante avaliar o histórico de retorno do fundo no longo prazo e conhecer bem a equipe de gestão, pois ao investir em fundos, o investidor também está contratando a expertise da gestora”, ressalta ele.
O cenário de juros elevados também foi destacado positivamente pela AZ Quest na carta mensal de fundos de crédito de dezembro de 2024. “Encerramos o ano com bons resultados e iniciamos 2025 com caixa acima da nossa média histórica diante do cenário de juros mais altos”, diz o relatório. No ano passado, o fundo AZ Quest Debêntures Incentivadas apresentou um rendimento acumulado de 10,36%.
Além disso, os ETFs (Exchange Traded Funds) também podem ser uma alternativa interessante nesse cenário. Negociados como ações na bolsa, eles oferecem diversificação e eficiência tributária. Entre os destaques está o LFTB11, um ETF da Investo composto majoritariamente por LFTs (Tesouro Selic).
“Ele se destaca por acompanhar as variações da taxa Selic. Uma das principais vantagens do LFTB11 em relação ao investimento direto em títulos públicos é sua eficiência tributária. Enquanto os títulos públicos seguem a tabela regressiva do IR (com alíquotas entre 22,5% e 15%, dependendo do prazo), o ETF LFTB11 possui uma alíquota fixa de 15%, independentemente do tempo de permanência do investidor”, explica Cauê Maçanares, CEO da Investo.