Ibovespa: Safra corta projeção em mais de 20 mil pontos

O Safra revisou para baixo sua projeção para o Ibovespa no final de 2025, reduzindo o preço-alvo de 165 mil pontos para 141,5 mil pontos.

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A revisão, segundo a casa, reflete um ambiente macroeconômico mais desafiador, influenciado por fatores externos e internos que demandam maior cautela dos investidores.

Entre os fatores globais, o Safra destacou o impacto do aumento do protecionismo nos Estados Unidos, prometido pelo presidente eleito Donald Trump, e a menor margem para cortes de juros no país.

A incerteza em torno das medidas de estímulo anunciadas pela China, consideradas insuficientes, e a possibilidade de tributação adicional nos EUA, combinada com pressões inflacionárias, também pesaram na revisão.

No Brasil, a desvalorização do real, intensificada pelas preocupações fiscais, e a resiliência da atividade econômica devem elevar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para níveis entre 4,5% e 5,5% em 2025, diz a casa.

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Esse cenário pressiona ainda mais a taxa básica de juros (Selic), que, segundo o Safra, pode atingir patamares superiores ao projetado anteriormente, prejudicando o desempenho do mercado de ações.

O relatório enfatiza que o ambiente tornou-se mais complexo nos últimos meses de 2024, com impactos negativos significativos no mercado acionário brasileiro.

Assim, diz a casa, a combinação de incertezas fiscais domésticas, desancoragem das expectativas de inflação e o ciclo de aperto monetário contribuiu para a deterioração das perspectivas para o Ibov.

Nesta semana, o Itaú BBA já havia cortado suas expectativas para o índice Bovespa, rebaixando o preço-alvo de 165 mil para 145 mil pontos. A casa baseia seu cenário em quatro pilares principais:

  • Valuation atrativo: O Brasil está sendo negociado a 6,8 vezes o múltiplo preço/lucro (P/L), o menor nível em 30 meses, o que indica que o mercado já precifica um cenário conservador.
  • Momento de lucros: Apesar da expectativa de crescimento de lucros de dois dígitos em 2025, existe o risco de revisões para baixo, considerando um cenário de juros e inflação mais elevados.
  • Cenário macroeconômico: A equipe projeta um ciclo de aperto monetário, com menor crescimento do PIB, maior inflação e incertezas fiscais persistentes.
  • Território de sobrevenda: O Ibovespa se aproxima de níveis de sobrevenda, mas o ambiente desafiador continua para a indústria de fundos local e para o apetite de investidores estrangeiros.

Neste início de ano de 2025, o Ibovespa acumula uma alta na casa de 1,50%. Em uma janela de 52 semanas, o índice recua cerca de 5%.

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Guilherme Serrano

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