B3 (B3SA3): após dados operacionais, analistas elencam desafios

A B3 (B3SA3) divulgou seus dados operacionais referentes ao mês de dezembro de 2024 e, em relatórios, BTG Pactual e Goldman Sachs trazem uma visão mista sobre os números, destacando desafios competitivos e um cenário macroeconômico incerto para a operadora da Bolsa brasileira.

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O volume médio diário negociado (ADTV) de ações na B3 aumentou 14% em dezembro relação a novembro, atingindo R$30 bilhões (+19% ano a ano).

No entanto, os derivativos listados apresentaram uma queda de 15% em relação ao terceiro trimestre, com volumes e receitas abaixo das estimativas. Apesar disso, o BTG Pactual destacou que os resultados gerais da B3 no 4T24 devem superar o consenso de mercado, refletindo uma base de receitas mais diversificada e resiliente.

Para o Goldman Sachs, o EBITDA do 4T24 deve alcançar 70%, ligeiramente acima do trimestre anterior, com potenciais riscos positivos devido aos volumes mais fortes em ações e derivativos.

Cenário competitivo em evolução

Ambos os relatórios destacam o crescimento da concorrência no mercado de derivativos. A A5X, uma potencial concorrente, tem atraído grandes parceiros internacionais, responsáveis por 50-60% do volume de derivativos negociados na B3.

Embora o risco competitivo seja considerado gerenciável, os analistas alertam que a A5X espera começar operações em 2026, com testes regulatórios já em 2025.

O Goldman Sachs argumenta que a B3SA3 possui vantagens estruturais difíceis de replicar, como seu sistema proprietário de derivativos listados e uma posição sólida no segmento de clearing. Ainda assim, a crescente presença de novos players adiciona incertezas ao horizonte de médio prazo.

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Valuation atrativo, mas desafios persistem

As ações da B3 acumularam queda de 30% nos últimos 12 meses, refletindo, em parte, o aumento da percepção de risco com a concorrência e o impacto da alta nos juros de longo prazo no Brasil, segundo os analistas.

Apesar disso, o BTG Pactual e o Goldman Sachs destacam que as ações B3SA3 negociam a múltiplos historicamente baixos, com um P/L de 10,1x para 2025, bem abaixo da mediana de 23,6x dos pares globais.

Além disso, dizem os analistas, o dividend yield esperado de 10% reforça o perfil defensivo da B3, tornando-a uma alternativa atrativa em um mercado volátil.

Assim, os relatórios concluem que ainda que os resultados operacionais recentes reforcem a capacidade da B3 de diversificar suas fontes de receita e mitigar a volatilidade associada ao mercado de ações, os cenários competitivo e macroeconômico continuam a exigir atenção.

Com a divulgação dos resultados do 4T24 prevista para 20 de fevereiro, o mercado terá mais clareza sobre o impacto das iniciativas recentes da companhia, projetam os analistas. Até lá, segundo os relatórios, o equilíbrio entre os riscos e as oportunidades deverá continuar direcionando as perspectivas para a B3 no curto e médio prazo.

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Guilherme Serrano

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