Vale a pena investir na Argentina em 2025? Entenda
Nos últimos doze meses, o S&P MERVAL, principal índice acionário da bolsa da Argentina, acumula uma variação positiva de mais de 150%. O bom momento do mercado tem atraído os olhares dos investidores, mesmo em meio às preocupações com a recuperação econômica do país latino-americano, que enfrenta uma forte crise.
Desde o fim de 2023, após a posse do presidente argentino Javier Milei, a Argentina vem enfrentando uma série de mudanças relacionadas à política macroeconômica. No ano passado, a inflação do país ficou em 117,8%. Apesar de expressivo, o número está 93,6 pontos percentuais abaixo do resultado de 2023, que foi de 211,4%.
Vale a pena investir na Argentina em 2025?
Apesar do número parecer animador, a economia argentina ainda apresenta uma série de desafios para 2025. De acordo com um relatório divulgado pelo BTG Pactual em 10 de janeiro, o país sul-americano precisa buscar investimentos significativos neste ano para consolidar o crescimento de médio prazo.
“A economia crescerá em 5% em 2025, após cair cerca de 2,6% em 2024. O hiato de produção é de cerca de 4% no terceiro trimestre de 2024. Então, a Argentina precisará atrair investimentos para continuar crescendo com inflação mais baixa”, destaca o BTG.
Além disso, a casa destaca a importância de encontrar uma nova estrutura monetária após a suspensão das restrições cambiais.
Ainda segundo o relatório, alguns setores da economia Argentina devem se destacar positivamente neste ano, o que pode refletir também nos investimentos. “Este ano, construção, energia e bancos brilharão, enquanto a manufatura ainda crescerá”, explica.
Já para Alex Fuste, economista-chefe do Andbank, os ativos argentinos apresentam uma oportunidade atrativa neste momento, mesmo após a recuperação expressiva apresentada no último ano.
“As vantagens de investir em ativos argentinos residem nas fortes perspectivas a longo prazo para a economia e no potencial significativo que permanece nos seus ativos, mesmo após as recentes valorizações. Apesar da sua recuperação, os ativos da Argentina continuam a se beneficiar dos efeitos da normalização da taxa de câmbio, especialmente após o desmantelamento de um sistema que chegou a incluir até 15 taxas de câmbio diferentes”, avalia ele em entrevista ao Suno Notícias.