IPOs em 2025: quais são as expectativas no Brasil e no exterior?
O Brasil vive uma seca histórica de IPOs. A última empresa a abrir capital na Bolsa de valores brasileira foi a Wilson Sons (PORT3), em 2021. Será que a tendência vai se reverter e teremos novos IPOs em 2025?
Os juros altos e a incerteza fiscal diante do pacote de corte de gastos anunciado pelo governo no final do mês de novembro de 2024 são alguns dos fatores que afastam a possibilidade da realização de novos IPOs no Brasil. Diante desse cenário, a expectativa é a de que 2025 seja mais um ano sem ofertas iniciais de ações por aqui.
Vale lembrar que, entre 2020 e 2021, houve um “boom” de estreias na Bolsa de valores do Brasil, com 74 empresas abrindo capital. O cenário, contudo, era bem distinto, uma vez que as taxas de juros estavam nas mínimas históricas, em linha com a pandemia de Covid-19 que causou uma desaceleração forçada na economia.
Já nos Estados Unidos, a tendência é outra. Por lá, 2025 já começou com uma série de empresas solicitando abertura de capital.
Na última segunda-feira (06), por exemplo, foi a vez da Smithfield Foods entrar com um pedido de IPO. Trata-se da maior produtora de carne suína do mundo, que foi adquirida por uma empresa chinesa em 2013 e tem potencial de levantar cerca de US$ 1 bilhão em sua oferta inicial de ações.
Ainda no final de 2024, a Venture Global, uma das maiores fornecedoras de gás natural liquefeito dos Estados Unidos, também entregou documentos solicitando a abertura de capital, que pode movimentar mais de US$ 3 bilhões.
Segundo a Bloomberg News, pelo menos nove empresas que buscam fazer IPO nos Estados Unidos em 2025 podem levantar mais de US$ 1 bilhão cada, totalizando cerca de US$ 18 bilhões.
Enquanto isso, por aqui, o que há de mais concreto são “avaliações constantes” sobre um possível IPO do Bradesco Seguros. Foi o que declarou Ivan Gontijo, CEO da unidade, em conversa com a imprensa em dezembro de 2024.
“Isso está sob avaliação constante. É mais uma questão de oportunidade criada pelo mercado. Se fizer sentido, estamos abertos a planejar algo mais estruturado”, explicou o executivo.
Ao que parece, portanto, o que faltam são as oportunidades a serem criadas pelo mercado para o surgimento de novos IPOs em 2025 no Brasil.