Selic, IPCA, PIB e dólar em alta: veja projeções do Boletim Focus desta semana

A mediana do relatório Focus para a Selic no fim de 2025 saltou de 13,50% para 14,0%, no primeiro boletim divulgado após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) da última quarta-feira, 11.

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O colegiado elevou a taxa Selic em 1 ponto porcentual, de 11,25% para 12,25%, e sinalizou mais dois aumentos da mesma magnitude – que levariam os juros a 14,25% em março do ano que vem, o maior nível desde 2016.

Considerando apenas as 64 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis à novidades, a estimativa intermediária para a Selic, taxa básica de juros, no fim de 2025 aumentou de 13,75% para 14,50%.

A estimativa intermediária para a Selic no fim de 2026 subiu de 11,0% para 11,25%, contra 10,0% um mês antes. A projeção para o fim de 2027 se estabilizou em 10,0%, 0,75 ponto porcentual acima do nível de 9,25% esperado quatro semanas atrás.

Na última quarta-feira, o Copom afirmou que a materialização de riscos desde a sua reunião anterior, de novembro, tornou o cenário “menos incerto e mais adverso.” O colegiado aumentou as suas projeções de inflação para 2024 (4,60% para 4,90%), para 2025 (3,90% para 4,50%) e para o segundo trimestre de 2026, horizonte relevante da política monetária (3,60% para 4,0%). Mesmo assim, manteve o balanço de riscos assimétrico para cima.

O colegiado afirmou, ainda, que a reação dos agentes ao pacote de ajuste fiscal do governo levou a uma “dinâmica inflacionária mais adversa”, por meio de impactos nas expectativas de inflação, no prêmio de risco e na taxa de câmbio.

“O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, dinamismo acima do esperado na atividade e maior abertura do hiato do produto, o que exige uma política monetária ainda mais contracionista”, diz o comunicado da decisão.

IPCA

A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 subiu pela nona semana consecutiva, de 4,59% para 4,60% – acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, a projeção era de 4,12%. Considerando apenas as 52 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana passou de 4,73% para 4,63%.

A partir do ano que vem, a meta será contínua, apurada com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro continua em 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou menos (1,5% a 4,5%). Se a inflação ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o BC terá descumprido o alvo.

A estimativa intermediária para a inflação de 2024 passou de 4,84% para 4,89%, também acima do teto, de 4,50%. Quatro semanas atrás, estava em 4,64%. Levando em conta apenas as 52 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa passou de 4,85% para 4,93%.

Na última terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA avançou 0,39% em novembro, acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de 0,36%.

No Focus, a mediana para a inflação de 2026 continuou em 4,0%, interrompendo uma sequência de seis semanas de alta. A projeção para 2027 avançou de 3,58% para 3,66%, o segundo aumento consecutivo.

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PIB

A mediana do boletim Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 subiu de 3,39% para 3,42%, a quarta alta consecutiva. Um mês antes, a estimativa era de 3,10%. Considerando apenas as 31 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a projeção passou de 3,44% para 3,49%.

Na última sexta-feira, 13, o Banco Central informou que seu índice de atividade econômica (IBC-Br) cresceu 0,14% em outubro. O resultado, acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de variação zero, mostrou que a economia brasileira começou o quarto trimestre com fôlego maior do que se esperava. No terceiro trimestre, o PIB cresceu 0,9%, mais do que se previa.

A estimativa intermediária para 2025 passou de 2,0% para 2,01%, contra 1,94% um mês antes. Levando em conta apenas as 31 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana oscilou de 2,06% para 2,10%.

Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2,0%, como já estão há 71 e 73 semanas, respectivamente.

Dólar

A mediana do relatório Focus para a cotação do dólar no fim de 2024 subiu de R$ 5,95 para R$ 5,99. Um mês antes, estava em R$ 5,60. A estimativa intermediária para o fim de 2025 aumentou de R$ 5,77 para R$ 5,85, na sétima alta seguida. A projeção para o fim de 2026 subiu de R$ 5,73 para R$ 5,80 e, para o fim de 2027, de R$ 5,69 para R$ 5,70.

A moeda americana fechou a última sexta-feira, 13, em R$ 6,0313, acima da linha de R$ 6,0 pelo segundo dia consecutivo e próxima do pico histórico, de R$ 6,0829.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

Com Estadão Conteúdo

O Boletim Focus é elaborado semanalmente pelo Banco Central. Para a composição do boletim, são utilizadas as projeções dos especialistas das 100 principais instituições ligadas ao mercado financeiro do Brasil para juros, IPCA, câmbio, taxa Selic e outros indicadores.

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Guilherme Serrano

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