Bolsas mundiais: Ásia fecha em queda e Europa opera em baixa
Entre as bolsas mundiais hoje (16), as da Ásia fecharam em queda, após a decepção com dado de varejo na China reforçar os temores em relação ao desempenho da segunda maior economia do planeta.
As vendas no varejo chinês tiveram expansão anual de 3% em novembro, bem abaixo do acréscimo de 4,7% previsto por analistas consultados pelo The Wall Street Journal.
Nos mercados, o indicador se sobrepôs à surpresa positiva da produção industrial e aos sinais de melhora nas vendas de imóveis. O índice Xangai Composto encerrou a sessão em baixa de 0,16%, a 3.386,33 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 1,03%, a 2.049,10 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 0,88%, a 19.795,49 pontos.
Fora da China, o índice Kospi perdeu 0,22% em Seul, a 2.488,97 pontos. No final de semana, o parlamento da Coreia do Sul aprovou o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, em meio a crise política causada pela decisão dele de decretar lei marcial temporariamente no começo do mês.
Em Tóquio, o Nikkei cedeu 0,03%, a 39.457,49 pontos. O mercado aguarda a decisão de política monetária do Banco do Japão (BoJ), na quinta-feira, poucos horas depois do encontro do Federal Reserve (Fed).
Exceção, o índice Taiex, de Taiwan, teve leve variação positiva de 0,08%, a 23.039,90 pontos. Na Oceania, o S&P/ASX 200 recuou 0,56%, a 8.249,50 pontos.
Europa em baixa
Boa parte das principais bolsas da Europa apresenta sinal negativo nesta manhã, com pressão mais firme em Paris, após a Moody’s rebaixar o rating da França. Uma bateria de índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) na região fica no radar, no começo de uma semana que será marcada por decisões de juros de Federal Reserve (Fed) e Banco da Inglaterra (BoE).
Por volta das 07h (de Brasília), o índice Stoxx 600 caía 0,13%, a 515,80 pontos.
A Moody’s citou expectativa por piora nos fundamentos das contas públicas francesas, em meio ao impasse na aprovação do orçamento do ano que vem. O imbróglio derrubou o agora ex-primeiro-ministro Michel Barnier, que foi substituído pelo centrista François Bayrou.
A incerteza impulsiona o rendimento do título público da dívida de 10 anos, o OAT, e amplia o spread com o equivalente da Alemanha. Na maior economia do continente, aliás, o chanceler alemão, Olaf Scholz, enfrentará um voto de confiança no parlamento hoje, que abrirá caminho para eleições em fevereiro.
Além do noticiário político, investidores absorvem também a sequência de PMIs que mostrou um quadro divergente na Alemanha, na zona do euro e no Reino Unido. No geral, os dados indicaram surpreendente força no setor de serviços, mas a indústria permaneceu em território de contração nas leituras preliminares de dezembro.
Os dados pavimentam o caminho para uma semana movimentada de decisões monetárias no exterior. O Federal Reserve (Fed) deve cortar juros em 25 pontos-base na quarta-feira, enquanto o Banco da Inglaterra (BoE) provavelmente deixará a taxa básica inalterada na quinta-feira, conforme expectativa de economistas.
Neste ambiente, a Bolsa de Paris caía 0,58% e Londres perdia 0,26%. Frankfurt cedia 0,27%, sob peso de Porsche (-1,32%), após a montadora projetar efeito contábil negativo associado a um investimento na Volkswagen. Por outro lado, Milão subia 0,18% e Lisboa ganhava 0,26%. No câmbio, o euro subia a US$ 1,0505 e a libra, a US$ 1,2653.
Com Estadão Conteúdo