IPCA sobe 0,39% em novembro, ante 0,56% em outubro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil, fechou o mês de novembro em alta de 0,39%, ante avanço de 0,56% em outubro, conforme informou nesta terça-feira (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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O número ficou acima do consenso do mercado, que projetava uma alta na casa dos 0,34% para novembro.

Com o resultado, o IPCA acumulado de 2024 vai a 4,29%, próximo à meta da inflação para este ano, que é de 4,50%. Em 12 meses, a alta é de 4,87%, acima do limite da meta.

“O acumulado dos 12 meses assusta e é a principal métrica que a gente utiliza. O Banco Central usa esse número para as reuniões do Copom, e é ele que dá o termômetro do mercado em relação à inflação“, destaca o economista Bruno Piacentini.

O resultado do IPCA de novembro foi impactado sobretudo pela alta no grupo de Alimentação e bebidas (1,55%), em linha com a alta de 8,02% no preço das carnes.

Alimentação e bebidas exerceu impacto de 0,33 ponto percentual no índice geral de novembro, puxado pelos subitens contrafilé, alcatra, refeição, óleo de soja e costela, cada um com um impacto de 0,03 p.p.

Outros grupos que influenciaram o resultado foram o de Transportes (0,89%), impulsionado pela alta nos preços das passagens aéreas (22,65%) e o de Despesas Pessoais (1,43%), puxado pelo avanço do cigarro (14,91%).

“O problema maior começou em maio. De lá em diante, a gente começou a descolar bastante do centro da meta. Na minha opinião, isso vai influenciar a decisão do Copom sobre a Selic”, diz Piacentini, já projetando a reunião do Copom desta semana.

Por outro lado, a maior queda registrada no IPCA de novembro veio do grupo de Habitação, com queda de 1,53% no mês. Isso se deu, sobretudo, pelo recuo dos preços da energia elétrica residencial (-6,27%), em linha com a mudança da bandeira tarifária de vermelha para amarela a partir de 1° de novembro.

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Veja o resultado do IPCA por grupos:

  • Alimentação e bebidas: 1,55%;
  • Habitação: -1,53%;
  • Artigos de residência: -0,31%;
  • Vestuário: -0,12%;
  • Transportes: 0,89%;
  • Saúde e cuidados pessoais: -0,06%;
  • Despesas pessoais: 1,43%;
  • Educação: -0,04%;
  • Comunicação: -0,10%.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central começa a se reunir nesta terça-feira e, na quarta (11), anuncia sua nova decisão sobre a Taxa Selic. Piacentini afirma que o resultado do IPCA deve influenciar a decisão, e projeta um cenário mais pessimista.

“O mercado já vem projetando muito a taxa Selic em 12,25% esse ano. As maiores apostas já são para acréscimo de um ponto percentual na taxa Selic. A curva de juros já vem cada vez mais abrindo, uma curva cada vez mais aberta, com o mercado já precificando a curva de juros longa a 15%”, completa o economista sobre o IPCA e a Selic.

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Guilherme Serrano

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