Fundos imobiliários de papel podem oferecer retornos acima da taxa Selic; entenda
No início deste mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic pela segunda reunião consecutiva, a 11,25% ao ano. Além disso, conforme o Boletim Focus da última segunda-feira (11), as estimativas do mercado prever que os juros subam ainda mais em 2025: para 11,50% até o fim do ano. O cenário não reflete somente nos ativos de renda fixa, mas também nos fundos imobiliários (FIIs).
Em meio a um contexto de política monetária agressiva, é comum que os investidores retirem recursos da renda variável e os realoquem para a renda fixa. Afinal, títulos como Tesouro Selic, CDBs, LCIs e LCAs se tornam ainda mais atrativos, visto que acompanham o aumento dos juros e podem garantir rendimentos elevados.
No entanto, aqui no Suno Notícias, já mostramos 10 fundos imobiliários que pagam dividendos acima de 11,25% ao ano. Além dos retornos oriundos dos proventos, algumas classes de FIIs também podem se beneficiar pelo avanço da taxa Selic, como é o caso dos fundos imobiliários de papel.
FIIs de papel podem se beneficiar da Selic em alta
Os FIIs de papel, também conhecidos como fundos de recebíveis, investem em títulos financeiros ligados ao setor imobiliários. Ao contrário dos fundos de tijolo, que possuem imóveis físicos, essa classe não investe diretamente em propriedades, mas em instrumentos de crédito atrelados a elas.
Parte desses fundos possuem remuneração atrelada a índices como o CDI ou o IPCA. Quando a Selic sobe, o CDI acompanha esse movimento, elevando o retorno dos títulos indexados. Isso faz com que o rendimento desses fundos se torne mais atrativo.
Esse é o caso do AZ QUEST PANORAMA LOGÍSTICA FII (AZPL11), um fundo híbrido — que possui tanto imóveis quanto recebíveis imobiliários — gerido pela AZ Quest. Em outubro, o fundo apresentou um dividend yield de 13,7% ao ano, também acima da taxa Selic. Além disso, em meio às projeções de juros crescentes, as expectativas para o FII seguem positivas.
“Outro ponto que deve impactar positivamente o portfólio no curto prazo é a expectativa de aumento da Selic, uma vez que atualmente 46% do Patrimônio Líquido do Fundo encontra-se alocado em operações de CRI indexadas ao CDI”, destaca o relatório gerencial de outubro do AZPL11.
Enquanto o IFIX, principal índice de FIIs da bolsa brasileira, registrou um desempenho negativo de 3,06% em outubro, os fundos imobiliários de CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) ficaram próximos da estabilidade, com uma leve queda de 0,23% no mês.
“Reforçando a visão que esses ativos são mais defensivos no momento atual de elevação da taxa básica de juros e das expectativas de inflação”, destaca o relatório mensal de outubro da Clave Capital sobre o desempenho dos FIIs de CRI.
O CLAVE ÍNDICES DE PREÇOS FII (CLIN11), fundo de recebíveis gerido pela Clave, também apresentou um dividend yield acima da Selic em outubro, em 12,90% ao ano.
Além disso, as expectativas da gestora seguem positivas para o fundo, mesmo em meio ao início do ciclo de aperto monetário. “Entendemos que esses momentos de instabilidade tendem a representar bons pontos de entrada em fundos imobiliários com bons ativos. No caso do CLIN11, todos os papéis seguem adimplentes e enquadrados em seus respectivos covenants e razões de garantia”, destaca a gestora.