Petrobras (PETR4): fundamentos superam risco político?

O BTG Pactual emitiu um novo relatório sobre a Petrobras (PETR4), após a conferência de resultados da companhia referente ao terceiro trimestre do ano. A casa se mostra otimista com a empresa, e reforça a recomendação de compra.

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Segundo os analistas, as ações PETR4 oferecem uma combinação rara de baixa volatilidade operacional, resultados resilientes impulsionados por um ponto de equilíbrio de custo de caixa muito baixo, crescimento acima de seus pares globais e de mercados emergentes, e múltiplos atrativos.

“Apesar das mudanças na liderança, as equipes de gestão têm, em grande parte, mantido a estratégia da empresa focada em exploração e produção (E&P) e orientada para retorno, o que reforça uma estrutura de governança corporativa mais forte”, diz o BTG, que complementa afirmando que os fundamentos da companhia superam os riscos políticos envolvidos no case.

Os dividendos extraordinários da Petrobras são uma possibilidade, dizem os analistas, que veem a ação sendo negociada a um dividend yield “atraente” de 15% nos próximos 12 meses. Além disso, o BTG reforça sua confiança de que os dividendos especiais continuarão a ser pagos a partir de 2025.

O relatório reforça recomendação de compra para as ações da Petrobras (PETR4), com preço-alvo de US$ 19 para as ADRs negociadas em Nova York.

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Confira a seguir os principais pontos destacados pelo BTG sobre a teleconferência da Petrobras:

  • Dividendos extraordinários: A diretoria da Petrobras avalia distribuir dividendos extraordinários junto à finalização do Plano Estratégico (PE), com possibilidade ainda para este ano.
  • Estrutura de capital: A Petrobras considera operar com um saldo de caixa menor, reconhecendo que manter caixa ocioso representa um custo de oportunidade significativo. A nova estratégia será abordada no PE.
  • Estrutura de capital II: Revisões no limite de dívida bruta máxima ainda estão em análise, possivelmente em função do aumento de arrendamentos (IFRS16), e não de dívida financeira, que vem diminuindo.
  • Capex: A empresa confia em reduzir a diferença entre capex planejado e executado nos próximos anos, sem grandes alterações na distribuição entre projetos em implementação e em avaliação.
  • Monetização de benefícios fiscais: No 3T, a Petrobras utilizou aproximadamente USD 800 milhões em deduções fiscais relacionadas ao acordo com o CARF, e espera mais USD 500 milhões até 1T25, além de potenciais reembolsos de parceiros, o que pode aumentar a geração de caixa no curto prazo.
  • Produção de petróleo: Embora 2024 tenha tido paradas não planejadas e greves, a média de produção anual deve se manter dentro do esperado, com potencial de crescimento em 2025.
  • Atividade exploratória: A Petrobras continuará investindo em exploração, com destaque para a Margem Equatorial, onde busca facilitar aprovações junto ao Ibama.
  • M&As: A Petrobras pretende explorar oportunidades inorgânicas, mas sem perspectivas de acordos significativos acima de US$ 1 bilhão.
  • Investimentos em negócios não essenciais: Iniciativas como fertilizantes e renováveis seguem em avaliação, sempre obedecendo à regra de Valor Presente Líquido (NPV) positivo. Mesmo projetos em avanço serão reavaliados antes de decisões finais de investimento (FID).

Neste ano, as ações da Petrobras acumulam alta superior a 9,50%. Já neste mês de novembro, os papéis avançam pouco menos de 1%.

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Guilherme Serrano

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