ETFs de renda fixa são a melhor opção com a alta da Selic? entenda

No mês passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic para 10,75% ao ano e deu início a um novo ciclo de alta de juros no Brasil. O cenário é benéfico para os investidores de renda fixa, seja por meio de investimentos diretos em papéis desta categoria ou através dos ETFs.

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Embora ainda pouco explorados no mercado brasileiro, os ETFs de renda fixa permitem que os investidores diversifiquem o portfólio de maneira eficiente. Afinal, em vez de selecionar um conjunto de títulos de renda fixa para investir, esses fundos possibilitam o investimento em uma cesta de diferentes ativos por meio da aquisição de uma única cota.

Em meio ao contexto atual, com perspectivas para a taxa Selic em 11,25% no final de 2025, conforme o último Boletim Focus, os títulos de renda fixa podem proporcionar rentabilidades atrativas. “Com as taxas em patamares historicamente altos, o investidor pode capturar esses rendimentos elevados”, explica Raquel Zucchi Silveira, head de research da Investo.

Quais ETFs de renda fixa se beneficiam da alta da Selic?

Os ETFs de renda fixa acompanham a variação de índices que podem ser compostos por títulos públicos ou privados. Dentro deste contexto, é possível investir, por exemplo, em fundos que acompanham a performance de títulos atrelados à taxa Selic, como é o caso do LFTS11, da Investo. 

No acumulado deste ano, enquanto o Ibovespa registra uma variação negativa de 3,07%, o LFTS11 apresenta uma variação positiva de 8,77%. 

“O LFTS11 é diretamente impactado pela Selic, já que ele investe em uma cesta de Tesouro Selic. Quando a Selic aumenta, o rendimento do LFTS11 também sobe, tornando-o um investimento altamente atraente em cenários de alta dos juros”, explica Zucchi. 

Além disso, é possível encontrar ETFs com outras composições, incluindo aqueles atrelados ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que podem ser estratégicos para a proteção do poder de compra em cenários de pressão inflacionária. Esse é o caso do NTNS11, que apresenta uma variação positiva de 5,72% no acumulado deste ano.

“O NTNS11 é composto por títulos IPCA+ com vencimento de até 4 anos, o que garante ao investidor uma proteção contra a inflação. Em um cenário de alta da Selic, as taxas de juros desses títulos atrelados à inflação de curto prazo também tendem a subir, impactando o rendimento desses títulos, já que os fundamentos macroeconômicos que impulsionam as duas taxas são bastante similares”, comenta a head de research da Investo.

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Outros fundos também são interessantes neste contexto

Além dos ETFs, outras classes de fundos também podem se beneficiar do avanço dos juros no Brasil. Aqui no Suno Notícias, já falamos sobre os fundos de debêntures incentivadas, cujos rendimentos costumam estar atrelados a algum indicador de mercado, incluindo a própria taxa Selic, e que podem apresentar retornos acima do CDI. Esse é o caso, por exemplo, do Fator Debêntures Incentivadas, que acumula uma rentabilidade de 13,62% nos últimos 12 meses, enquanto o CDI fica em 10,93% no período.

Há ainda os fundos de crédito privado, que possuem portfólios formados por títulos de dívidas de empresas, frequentemente atrelados ao CDI ou à inflação. “Em cenário de juros mais altos como o que estamos vivendo agora, a atratividade dos fundos de crédito privado acaba ficando maior dado o retorno nominal que pode ser obtido pelos investidores com menor volatilidade”, explicam Mariano Andrade e Henrique Benzecry, gestores de crédito da Clave Capital.

A casa é responsável por alguns fundos de crédito, como é o caso do Multi Credit, um fundo high grade que apresenta uma rentabilidade de 13% nos últimos 12 meses.

Dessa forma, além dos ETFs de renda fixa, outros fundos de investimento também podem apresentar oportunidades interessantes para os investidores que querem se beneficiar da alta da taxa Selic.

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Giovanna Oliveira

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