SEMANA DE RENDA FIXA

Renda fixa: quais os melhores investimentos em 2024? veja levantamento

Com a taxa Selic em 10,75% ao ano, a atratividade de alguns ativos de renda fixa permanece alta, o que levanta dúvidas entre investidores sobre os melhores investimentos em 2024.

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Para esclarecer essa dúvida, a Economática realizou um levantamento exclusivo para o Suno Notícias, destacando as classes de ativos mais rentáveis do ano. Confira a tabela abaixo:

Quanto ao cenário macroeconômico que influencia os ativos, Mário Okazuka Júnior, CEO da GCB Capital, destaca que os núcleos do IPCA ainda não estão caindo, o que evidencia a dificuldade de controlar a inflação. Ele ainda aponta que o cenário fiscal começa a pesar mais no mercado, pois há dúvidas sobre o equilíbrio das contas do governo até o final do ano.

Diante disso, segundo Okazuka, o Banco Central tem elevado a taxa de juros, o que leva à reprecificação dos ativos de renda fixa. “Ativos prefixados, por exemplo, perdem rentabilidade à medida que a curva de juros sobe, enquanto os indexados ao IPCA mantêm o poder de compra a longo prazo“, afirmou, acrescentando que, em contrapartida, os ativos pós-fixados, atrelados ao CDI e à Selic, ganham destaque em momentos de alta dos juros.

Esta semana temática tem o apoio da Suno e o patrocínio da Investo, a maior gestora independente de ETFs do Brasil. Acompanhe todos os conteúdos neste link.

Renda Fixa: pós-fixados mantiveram trajetória positiva

Durante 2024, a performance dos títulos de renda fixa dos Estados brasileiros apresentou resultados distintos entre os tipos de ativos, com destaque para a diferença entre títulos pós-fixados e prefixados indexados à inflação. No caso dos pós-fixados, índices como o IMA-S e o Poupança, que acompanham o CDI, mantiveram uma trajetória positiva ao longo do ano.

“Com a taxa de juros em dois dígitos e a expectativa de novas elevações em 2025, esses títulos têm apresentado bom desempenho e devem continuar entregando retornos satisfatórios, sustentados pela indexação ao CDI”, afirma Filipe Arend, head de renda fixa da Faz Capital

Nos prefixados, o IRFM – índice composto por NTN-Bs e NTN-Fs – apresentou uma performance menos atrativa, acumulando rendimento abaixo de 4% em 2024, inferior ao CDI. Esse desempenho,diz Arend, reflete a abertura da curva de juros em resposta à deterioração fiscal do país e à previsão de que o governo terá dificuldades em cumprir as metas fiscais nos próximos anos.

O cenário fiscal incerto, somado à inflação persistente e à atividade econômica aquecida, elevou as expectativas de mercado quanto à inflação e ampliou as taxas dos títulos prefixados.

De forma semelhante, o índice IMA-B, que reflete títulos indexados ao IPCA, foi impactado pela elevação das taxas de juros reais, que atingiram os níveis mais altos dos últimos anos, pressionando os preços desses títulos.

Com a curva de juros reais ampliada, os títulos públicos indexados à inflação praticamente zeraram seus ganhos em 2024. “O mercado está estressado com o cenário fiscal e a pressão inflacionária resultante de uma economia aquecida, que funciona como um fator adicional para elevação da inflação,” comenta um analista.

Bitcoin e mercado americano ganham destaque

Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital, observa o desempenho de outras classes de ativos, como o Bitcoin, que acompanhou o movimento dos índices americanos. “Vimos o Bitcoin com uma correlação próxima do índice de BDRs e da Nasdaq, acompanhando o mercado americano em um ano de recuperação,” explicou.

O especialista menciona ainda a valorização de ativos como ouro e dólar: “O ouro recuperou terreno com a compra de reservas por países como a China, enquanto o dólar ganhou força frente ao real, afetado pela situação fiscal brasileira.”

Sobre os ativos nacionais, Pletes comentou as dificuldades: “O IFIX, o Ibovespa e o índice de small caps tiveram um desempenho fraco, afetados pelo cenário fiscal do Brasil. A bolsa brasileira está com um baixo múltiplo de preço/lucro, refletindo o pessimismo quanto aos lucros das empresas”, observou.

Onde investir com a alta na Selic? Veja opções de renda fixa

A taxa Selic foi elevada em 25 pontos-base, para 10,75%, após três meses de estabilidade. Diante do novo cenário, confira a seguir quais são as melhores opções de investimento segundo analistas.

Luiz Rogé, economista, gestor de investimentos e sócio da Matriz Capital, cita que os títulos de renda fixa podem ser uma boa opção diante do patamar elevado dos juros no Brasil.

“Sugerimos ao investidor o indexado ao CDI para 1 ano no máximo. A partir de 1 ano, uma boa opção é aplicar CDI + em fundos de curto prazo high grade diversificados. Em relação ao IPCA+, acho que vale esperar um pouco mais porque a taxa pode continuar subindo”, diz.

Na visão do especialista, esses investimentos tendem a apresentar uma rentabilidade melhor. Já os títulos prefixados podem não ser uma boa ideia neste momento pois, segundo Rogé, eles embutem um risco muito elevado.

Ele explica que a opção por fundos de CDI+ se dá pois eles estão sempre indexados na taxa CDI. Esta, por sua vez, guarda uma relação de IPCA +3,50%, IPCA +4,50% ou IPCA +5%, a depender da política monetária em curso.

“Portanto, quem investe em CDI+, por exemplo em um fundo de crédito privado bem diversificado, high grade, vai ter uma taxa muito melhor, possivelmente muito melhor do que um IPCA +”, explica.

Já o analista de investimentos Rodrigo Cohen pondera que as opções variam de acordo com o perfil de investidor. Se o investidor acredita no crescimento do país e projeta uma queda na taxa Selic, por exemplo, Cohen acredita que o prefixado é uma boa opção.

Outra alternativa que agrada o analista são os ativos de renda fixa atrelados ao IPCA. Pois, destaca ele, esses títulos não perdem para a alta dos preços.

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Vinícius Alves

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