Ambev (ABEV3): maior competição prejudica a tese?
O Itaú BBA emitiu um novo relatório sobre a Ambev (ABEV3), logo após a Heineken ter divulgado seus resultados do 3T24. A casa tem recomendação neutra para a companhia brasileira, citando um aumento da competição.
Entre os destaques do balanço da Heineken estiveram o crescimento da receita no Brasil, impulsionado pela “premiumização”, apesar de volumes modestos. As marcas Heineken e Amstel tiveram crescimento de volume de dois dígitos no país, sugerindo forte desempenho. No entanto, o segmento de cervejas de baixo custo apresentou crescimento tímido, refletindo desafios nesse nicho.
Em relação à Ambev, os analistas afirmam que o cenário competitivo no Brasil está acirrado, com a possibilidade de aumento de volumes na indústria, liderado pela Petrópolis.
A casa espera que a divisão de cervejas da Ambev no Brasil apresente um crescimento de volume de 2,5% a/a no 3T24, sugerindo uma possível perda de participação de mercado para a Petrópolis.
Segundo o Itaú BBA, embora o portfólio da Ambev tenha potencial para vencer no longo prazo, a competição mais intensa com Petrópolis e Heineken, junto com a preferência de marca da Heineken, tem prejudicado a tese de investimento na Ambev no curto prazo.
Além disso, destacam os analistas, a Petrópolis tem operado com preços cerca de 20% abaixo dos concorrentes para ganhar volume, o que, combinado com a força da marca Heineken, coloca pressão sobre a Ambev.
“Mesmo com o P/E da Ambev para 2025 sendo atraente (13,5x), ainda não há gatilhos claros para uma visão positiva sem uma recuperação no curto prazo”, diz o relatório.
O Itaú BBA tem recomendação neutra para as ações da Ambev (ABEV3), com preço-alvo de R$ 15.
Neste ano de 2024, a Ambev não vem apresentando um bom desempenho no Ibovespa, uma vez que os papéis apresentam queda próxima aos 7%. Em outubro, os ativos também estão no vermelho, com uma queda na casa dos 2%.