Coronavírus: saiba quais serviços tendem a crescer com a quarentena

Com a pandemia do novo coronavírus (covid-19), grande parte das pessoas é obrigada a ficar em casa, por causa da determinação da quarentena por parte das autoridades de quase todos os países do mundo.

Muitas empresas estão perdendo grande parte de seu faturamento por causa do coronavírus. Entretanto, há negócios que tendem a crescer nesse cenário.

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“Os serviços de alimentação como restaurantes e lanchonetes, por exemplo, que antes atendiam uma clientela que buscava alimentação no local, agora podem alterar o modelo de negócios para atender demanda de pessoas que não querem se deslocar em busca de alimento, mas precisam de entregas de comidas prontas. Os trabalhadores que antes faziam serviços de transportes de pessoas, como Uber, podem oferecer serviços de transportes de mercadorias como alimentos, medicamentos, entre outros”, salientou a professora Juliana Inhasz, coordenadora da Graduação em Economia do Insper.

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“Neste movimento, tudo o que facilitar a vida das pessoas, evitando deslocamentos e movimentações será valorizado, o que criará oportunidades interessantes de negócios, que poderão reduzir ou contornar parcialmente os efeitos negativos da crise”, afirmou Inhasz.

Confira três setores que tendem a crescer no cenário de quarentena imposto pelo coronavírus:

Netflix e Amazon Prime Video em alta com a quarentena

Segundo dados do portal de estatística Statista, a Netflix é responsável por consumir 15% de todo o tráfego de internet global. Enquanto o serviço de streaming Prime Vídeo consome 3,7%.

Quarentena: saiba quais serviços tendem a crescer com a medida

Os serviços de streaming são amplamente usados e são bem recebidos no Brasil. Conforme informações divulgadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a televisão por assinatura perdeu 1,7 bilhões de assinantes em 2020, voltando ao patamar de 2012. Em contrapartida, a Netflix atingiu o nível de 31,4 milhões de usuários na América Latina, ao mesmo tempo a Amazon Prime Video fechou o ano passado com mais de 150 mihlões de assinaturas.

As companhias de streaming devem se beneficiar devido à necessidade de lazer em meio a quarentena. Na medida em que o isolamento social aumenta, a tendência é que cresça também a procura por lazer.

Coronavírus aumenta uso de videogames

De acordo com uma projeção da 19ª Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia, feita pela PwC, o setor de games no Brasil deve crescer cerca de 5,3% até 2020. Em 2019, o lucro do mercado atingiu US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 7,6 bilhões).

O Brasil é o líder de consumo dentro da América Latina e o 13º no ranking mundial. No cenário de crise do coronavírus, o mercado tende a crescer pelo mesmo motivo do serviço de streaming. As pessoas tendem a procurar o lazer para não ficar parados.

Dessa forma, empresas como a Microsoft e a Sony apresentam potencial de crescimento. As companhias são líderes no mercado de games devido ao sucesso de seus consoles, o Xbox e o Playstation. A empresa japonesa lucra com games cerca de US$ 10 bilhões (cerca de R$ 50,6 bilhões), enquanto a americana tem um faturamento anual de US$ 11,5 bilhões (cerca de R$ 58,2 bilhões).

São grandes as chances de um grande aumento no volume de usuários conectados pela Microsoft e pela Sony durante a quarentena.

Ifood, Uber eats e Rappi

Os principais aplicativos de entrega também apresentam uma tendência de aumentar as vendas. Subtraindo o fato de que alguns restaurantes e mercados fecharam com a crise do coronavírus, as empresas devem ver o volume de pedidos aumentar à impossibilidade de ir ao local pessoalmente e à necessidade de refeições e produtos frescos.

As três empresas de entrega são classificadas como unicórnios, ou seja, startups que registram valor de mercado superior a US$ 1 bilhão. E, negócio continua a apresentar boas perspectivas de crescimento no Brasil. Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto de FoodService Brasil (IFB), entre os anos de 2017 e 2018 o delivery cresceu cerca de 23%.

O número de pedidos feitos pelo IFood, da empresa Movile, mais que dobrou no ano passado, o montante foi de 8,5 milhões no mês de julho de 2018 para 20 milhões no mesmo período de 2019. Ao mesmo tempo, o número de restaurantes cadastrados também aumentou, passando de 50 mil para 100 mil, na mesma comparação.

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O Uber arrecadou, recentemente em sua oferta pública de ações (IPO),  US$ 8,1 bilhões (R$ 31,9 bilhões), com cada papel cotado a US$ 45 (R$ 177) e seu diretor de negócios internacionais, Brooks Entwistle, declarou que há setores na companhia que apresentam novas tendências com potencial de investimento, como a plataforma de delivery: Uber eats.

A colombiana Rappi  viu sua demanda triplicar nos últimos dias. A companhia informou que o número de pedidos pelo aplicativo teve um aumento de 30% na América Latina. O elevação dos números pode ter relação com as recomendações de quarentena, como medida de proteção contra o coronavírus.

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Como consequência da quarentena pelo coronavírus em todo o País, empresas que disponibilizam negócios à distância ganham força. “Nesse contexto, os serviços que puderem proporcionar a sensação de que a vida continua em sua relativa ‘normalidade’, ainda que isso seja apenas uma sensação distante da realidade, serão amplamente demandados, e provavelmente muito valorizados nesses tempos atuais”, destaca Inhasz.

Arthur Guimarães

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