Crédito especial para Petrobras (PETR4)? Entenda PL enviado ao Congresso

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei que abre ao Orçamento de Investimento da União um crédito especial de R$ 552,8 milhões, que afeta a Petrobras (PETR4).

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De acordo com mensagem publicada no Diário Oficial da União (DOU), os recursos propostos são em favor de Araucária Nitrogenados (Ansa), Petrobras Biocombutível e Petrobras.

Em 15 de outubro, a Petrobras anunciou que investirá R$ 870 milhões para reativar a fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados, localizada no Paraná.

A unidade, que está inativa desde 2020, teve sua reabertura aprovada em junho de 2024, com previsão de início de produção no segundo semestre de 2025.

Petrobras visa redução de custos com adaptação de plataformas

Um grupo criado pela Petrobras vai definir até o final do primeiro semestre de 2025 se vai descomissionar ou adaptar antigas plataformas de petróleo da bacia de Campos. A informação foi revelada ao Estadão/Broadcast pelo gerente executivo de Projetos Estratégicos da estatal, Wagner Victer.

O cargo do executivo foi criado especialmente para assessorar a presidente da companhia, Magda Chambriard, nas mudanças necessárias para enfrentar a nova realidade do mercado. Guerras, estaleiros cheios no exterior, atrasos nas encomendas externas e uma visão mais sustentável da indústria trouxeram essa oportunidade, explicou Victer.

Na última semana de setembro, Magda confirmou durante a ROG 2024, feira do setor realizada no Rio de Janeiro, que seria feito estudo para a conversão de antigas plataformas (P-35, P-37 e P-47), como havia antecipado o Estadão/Broadcast.

A solução tem como foco plataformas que seriam descomissionadas, operação que tem um custo alto e que, no caso da Petrobras, envolve quase 50 unidades e bilhões de dólares. Ao mesmo tempo, a mudança de rumo encaixa perfeitamente no conceito de sustentabilidade perseguido pela estatal.

“Plataformas que no passado você contratava a US$ 1,5 bilhão, hoje estão chegando a US$ 4 bilhões. O mercado de oferta de diques internacionais também está tendo uma restrição muito grande, então muitas das obras que estão sendo feitas no exterior atrasaram”, explicou Victer, destacando que o paradigma que existia, de que fazer plataformas no Brasil atrasava o projeto, já foi quebrado.

Das sete encomendas que a PETR4 mantém no exterior, algumas não serão entregues no prazo, informou, sem precisar quais vão atrasar.

A ideia da estatal é contratar estaleiros brasileiros para converter as plataformas que vão ser usadas na própria bacia de Campos, a fim de recuperar produções que estão perto do esgotamento. O movimento está alinhado com o desejo do governo de revitalizar a indústria naval brasileira e reverte a prática iniciada no governo Bolsonaro, de se desfazer de campos com produção em declínio fora do pré-sal.

Reciclagem gigante

“É uma reciclagem gigante, engloba ESG e economia circular”, destacou Victer, explicando que a iniciativa está longe de ser uma “jabuticaba”, já que é praticada frequentemente por toda a indústria e várias plataformas utilizadas pela Petrobras são resultado de conversões.

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“Com certeza quem vendeu ou afretou para Petrobras fez isso para reduzir prazos e custos”, explicou. “Além disso, quanto de siderúrgica você evitou, quanto de emissão e de solda e de aço você evitou. Então, tem ganhos”, ressaltou.

E também não é nenhuma novidade para o executivo. Na década de 1990, quando a produção da estatal começou a escalar e caminhar para as FPSOs (plataformas flutuantes de produção, armazenagem e transferência), ele estava na Petrobras e participou das conversões de unidades semi-submersíveis, que vinham de unidades de perfuração, ou de plataformas que foram convertidas a partir de cascos de navios.

“Há 28 anos, em 1996, eu fui apresentar isso na OTC (maior feira global de petróleo e gás, em Houston, EUA), mostrando a discussão que nós tínhamos na Petrobras, na ocasião, entre unidade própria de construção nova, e a construção através de conversões”, disse Victer.

“Há uma oportunidade, e essa oportunidade tem de ser considerada dentro do nosso Plano de Negócios. Com certeza vai ser. E isso é uma visão muito positiva, de uma empresa que está perseguindo o custo, perseguindo prazo e agregando valor.”

Um ano antes, na mesma OTC, foi apresentado o sucesso da conversão do navio-tanque PP Moraes na FPSO Juscelino Kubitschek (P-34), instalada no campo de Jubarte, na bacia de Campos. “Isso foi uma realidade. Nós desenvolvemos grande parte da bacia de Campos assim. E em muitas das nossas unidades afretadas, onde a responsabilidade pela integridade é do afretador, muitas não são unidades de construção nova, são conversão”, informou, dando como exemplos a FPSO Carioca, FPSO Anita Garibaldi, FPSO Almirante Barroso, da Modec; FPSO Anna Nery e FPSO Maria Quiteria, da Yinson; e FPSO Marechal. Duque de Caxias, da Misc.

Segundo Victer, após o anúncio na ROG 2024, dezenas de empresas já procuraram a Petrobras, assim como sociedades classificadoras de plataformas para conhecer melhor o negócio. “Sociedades classificadoras de algumas embarcações dessas (que podem ser convertidas) me procuraram extremamente motivadas. É mais trabalho para eles também e eles sabem que é factível. Tem muita gente animada no mercado, só quem não fica muito feliz são os sucateiros”, brincou o executivo.

Com Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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