Elevação de rating do Brasil é um ‘não evento’, diz UBS-BB; Entenda por quê

Após a agência de classificação de risco Moody’s elevar o rating do Brasil para Ba1, um nível abaixo do grau de investimento, o UBS-BB emitiu um relatório afirmando que esse é um “não evento”.

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O banco afirma que a atualização contrasta com o relatório da agência Fitch, que manteve o Brasil com nota “BB” e perspectiva estável, dois níveis abaixo do grau de investimento, devido ao desempenho fiscal mais fraco que o previsto, apesar do crescimento econômico positivo.

Além disso, a Fitch projetou riscos crescentes para 2025, destacando desafios como altas taxas de juros e a dívida pública elevada em relação ao PIB.

Vale destacar que o Brasil só será considerado grau de investimento quando ao menos duas das três principais agências concederem essa classificação.

O UBS-BB diz que a melhora da Moody’s surpreendeu o mercado, especialmente considerando o panorama fiscal atual. Segundo o banco, ao comparar com a última vez que o Brasil teve a nota elevada para “Ba1” em 2007, as contas fiscais estão em pior situação atualmente, com um déficit primário de 2,3% do PIB nos últimos 12 meses e uma previsão de déficit de 0,7% até o fim do ano. Em 2007, havia um superávit de 3,2%.

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Além disso, a dívida externa geral, incluindo pública e privada, é de 33,6% do PIB, comparado a 21,6% em 2007, sugerindo que o Brasil não está em melhor posição fiscal ou de dívida do que há 15 anos.

O UBS-BB pondera que o crescimento econômico recente superou expectativas, com a previsão de crescimento do PIB revisada para 3% em 2024. Parte disso, dizem os analistas, se deve a reformas anteriores e ao aumento do consumo, impulsionado por gastos acima da meta, precatórios e boas safras.

No entanto, o governo federal enfrentará desafios para equilibrar o orçamento primário, com uma previsão de déficit de 1% em 2024, antes das exclusões legais (precatórios e despesas emergenciais), projeta a casa.

Com base nesses fatores, o UBS-BB considera improvável que as outras agências de classificação de risco elevem o rating do Brasil nos próximos dois a três anos, e também é pouco provável que a Moody’s faça uma nova atualização para o grau de investimento no curto prazo, afirmam os analistas.

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Guilherme Serrano

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