Taxa Selic: os 3 setores mais afetados pela alta dos juros

Na contramão dos setores perenes, que são aqueles mais previsíveis e estáveis, a bolsa brasileira conta também com alguns segmentos mais sensíveis aos movimentos econômicos. As perspectivas crescentes para a taxa Selic, por exemplo, impactam diretamente algumas ações e devem estar no radar dos investidores.

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De modo geral, a alta da Selic torna o crédito mais caro e menos acessível, o que pode afetar diretamente alguns setores da economia, especialmente aqueles atrelados ao consumo e aos financiamentos. Por conta disso, é comum que em dias de decisão de política monetária, por exemplo, algumas ações do Ibovespa reajam de formas mais expressivas do que outras.

Por um lado, o cenário de juros elevados pode ser positivo para as instituições financeiras, por exemplo. “Na bolsa, com os juros altos, os bancos tendem a se beneficiar, pois podem emprestar dinheiro a taxas mais elevadas e aumentar seus lucros. Isso torna ações de bancos como Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4) atrativas”, explica Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital.

Por outro lado, o cenário de juros elevados pode afetar negativamente alguns ativos. A seguir, confira três setores prejudicados pela alta da Selic.

Setor imobiliário

De acordo com Vinicius Moura, economista e sócio da Matriz Capital, o setor imobiliários é um dos mais sensíveis à variação da taxa de juros, marcado por empresas como Eztec (EZTC3) e MRV (MRVE3). Isso porque o crédito imobiliário é uma das principais fontes de financiamento para compra de imóveis. Dessa forma, em cenários de juros altos, a demanda pelas propriedades pode ser reduzida.

“Com juros mais altos, o custo do financiamento aumenta, o que pode levar a uma redução da demanda por imóveis e, consequentemente, impactar negativamente as empresas do setor, como construtoras e incorporadoras”, explica ele.

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Varejo

O varejo, um dos setores mais conhecidos pelos investidores brasileiros, com nomes como Magazine Luiza (MGLU3), Lojas Renner (LREN3) e Grupo Casas Bahia (BHIA3), também é fortemente afetado pelo avanço dos juros. Afinal, a alta da Selic pode impactar diretamente o acesso ao crédito dos consumidores e, consequentemente, reduzir também o consumo.

“O setor de varejo, de forma geral, pode ser afetado por uma alta de juros, já que o aumento do custo do crédito e a possível redução da confiança do consumidor podem levar a uma diminuição do consumo, impactando as vendas e o faturamento das empresas varejistas”, destaca o sócio da Matriz Capital.

Bens duráveis

Com impactos semelhantes aos segmentos anteriores, o setor de bens duráveis também pode ser prejudicado pelo avanço dos juros. Esse segmento é marcado por itens que possuem longa duração e não perdem a utilidade rapidamente, como eletrodomésticos, automóveis e eletroeletrônicos. 

“O consumo de bens duráveis também é bastante sensível à taxa de juros, já que a compra desses bens geralmente envolve financiamento. Com o aumento do custo do crédito, a demanda por bens duráveis tende a diminuir, impactando negativamente as empresas do setor”, explica o economista.

Entre as ações deste setor, que também é sensível ao avanço da taxa Selic, há empresas como Weg (WEGE3), Marcopolo (POMO4) e Schulz (SHUL4).

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Giovanna Oliveira

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