B3 (B3SA3) atualiza valor de dividendos e JCP; veja
A B3 (B3SA3) comunicou um ajuste feito no valor a ser pago aos seus acionistas em dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP).
Os dividendos da B3 serão ajustados de R$ 0,03516214 para R$ 0,03522406 por ação.
Enquanto isso, os JCP da B3 serão ajustados de R$ 0,03516214 para R$ 0,03522406 por ação, conforme comunicado pela companhia que faz a gestão da bolsa de valores.
O pagamento, tanto dos JCP quanto dos dividendos, será feito no dia 7 de outubro deste ano.
A data de corte foi esta terça-feira, dia 24 de setembro.
Ou seja, os papéis passaram a ser negociados sem direito aos rendimentos nesta quarta-feira, dia 25 de setembro.
B3 pode ter risco com concorrentes?
A CSD BR, uma empresa que conta com a participação de Santander (SANB11), BTG Pactual (BPAC11) e a Chicago Board Options Exchange (CBOE), planeja entrar no mercado de bolsa de valores até 2027.
Com isso, o Goldman Sachs vê riscos à B3SA3.
Fundada em 2017, a CSD BR ganhou mais relevância após a aquisição de participações minoritárias por BTG Pactual, Santander e CBOE em um acordo avaliado em R$200 milhões em 2022.
Desde 2020, a empresa atua no registro de transações de renda fixa, tendo apresentado um crescimento substancial de R$500 bilhões em 2022 para R$2,5 trilhões em setembro de 2023. Em comparação, a B3 registrou R$1,5 trilhão em agosto de 2023 e acumulou R$11,9 trilhões desde janeiro de 2024.
A empresa vai solicitar ao Banco Central a permissão para operar como uma contraparte central (CCP), um importante passo para ampliar sua atuação no mercado financeiro.
A competição direta com a B3 será intensificada, visto que outras empresas como ATG (com previsão de lançamento em 2025), A5X (derivativos em 2026) e Cerc (bolsa de renda fixa em 2025) também buscam entrar nesse mercado.
A entrada de novos concorrentes, diz o Goldman Sachs, pode representar riscos gerenciáveis para a B3. As receitas da B3 são fortemente dependentes de atividades relacionadas à clearing (80-90%) no mercado de ações, que representa 35% das receitas da empresa. No entanto, operar mais de uma CCP pode gerar ineficiências no mercado, como requisitos divergentes de liquidação e margem, limitando a competição direta.
Em termos de derivativos, que representam 23% das receitas da B3, o risco de concorrência é considerado mais baixo pelos analistas, pois novos competidores teriam que criar seus próprios contratos listados. Além disso, a maioria dos países opera com apenas uma CCP, o que coloca a B3 em uma posição de vantagem no cenário global, na visão do Goldman Sachs.
Atualmente, dizem os analistas, as ações da B3 estão sendo negociadas a 12,2x o P/L estimado para 2025, o que representa um desconto de 31% em relação à sua média histórica de 17,6x.
Os analistas mantiveram recomendação neutra para os papéis da B3, com preço-alvo de R$ 13.