Petrobras (PETR4) deve distribuir 36% do lucro em dividendos
Em revisão de tese sobre a Petrobras (PETR4), analistas do BB-BI elevaram o preço-alvo para os papéis da companhia para R$ 48,50 – o que implicaria em uma valorização de cerca de 30% ante os patamares atuais.
Segundo a casa, a Petrobras tem demonstrado uma performance financeira sólida nos últimos anos, contando com uma combinação de baixos custos de extração, petróleo em patamar favorável e um operacional robusto.
“Olhando adiante, vemos a manutenção de tais pilares, contando também com as perspectivas de crescimento da produção, bem como endividamento sob controle e uma política de dividendos e recompra de ações que deve seguir trazendo bons retornos para os minoritários, ainda que alguns riscos sigam no radar”, diz a casa.
Sobre o operacional, os analistas apontam que a empresa consegue, graças a seus fortes investimentos em P&D e à característica de elevado volume no pré-sal, manter custos de extração entre os mais competitivos do mundo, registrando uma produtividade elevada em E&P, ao passo em que avanços importantes têm sido feitos em refino.
“A entrada de novas plataformas, como os FPSOs Almirante Barroso, Anna Nery e Anita Garibaldi, foi um dos principais gatilhos para o crescimento de 3,7% na produção total de óleo e gás em 2023, puxada pela elevação de 10,2% na produção no pré-sal. Esperamos um crescimento significativo até 2028, impulsionado por novos projetos em campos como Búzios e Mero, que devem colaborar para que a produção passe dos atuais de 2,2 MMboed para 2,7 MMboed até 2028”, analisam.
Cotação PETR4
“No segmento de refino, vemos uma taxa de utilização do parque em média de 93% desde o segundo trimestre de 2023, uma elevação frente à média de 77% no período 2017-2019 e aos 83% de média entre 2020 e 2022”, completam.
Assim, a casa aponta que tal dinâmica, de manter bons níveis de vendas e elevado uso do parque de refino, sinaliza que a política comercial permitiu que a empresa mantivesse um bom nível de market share, mesmo com a entrada, a partir de 2022, de expressivos volumes de diesel de origem russa com preços bastante descontados em relação aos praticados na referência do golfo do México.
Assim, a empresa ganhou participação de mercado antes detida por importadores.
Dividendos da Petrobras
Sobre os proventos, o BB aponta que a Petrobras tem mantido uma remuneração aos acionistas bastante superior a seus pares, graças à forte geração de caixa operacional que as condições acima têm trazido, reforçada pela boa gestão do endividamento e pelo baixo patamar de alavancagem.
Em se tratando de gestão de dívidas, o BB-BI vê uma estratégia mais ativa de recompras, com consequente redução do custo médio da dívida.
A remuneração total ao acionista de PETR4 ficou em R$ 94,4 bilhões em 2023, um payout de 75,4%.
Assim, em 2023 a Petrobras entregou um retorno de dividendos de 23,4%, considerando a média das cotações de ambas ações em 2023, representando o segundo maior montante pago entre as seis maiores petroleiras globais, atrás apenas da Saudi Aramco.
“Em nosso modelo, consideramos uma distribuição de 36% do lucro líquido 2025E, estimado em R$ 119 bilhões, ponderando a fórmula atual de distribuição de 45% do fluxo de caixa livre (FCL)”, diz a casa sobre os dividendos da Petrobras.
“Isso deve resultar em uma distribuição de R$ 3,49 por ação para 2025 (yield de 6,6%). Essa é uma projeção conservadora, ou seja, o que entendemos como payout mínimo dadas as regras vigentes, e que tem chances de ser elevada pela distribuição de dividendos extraordinários“, completa.
Cotação de PETR4
As ações da Petrobras sobem 0,84% nesta quarta-feira (25) por volta das 14h30.
No acumulado de 2024, os papéis da Petrobras recuam 1,8%, contudo.