Déficit do governo em R$ 9,2 bilhões ‘não mostra surpresas’, diz Santander

Conforme dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta quinta-feira (5), o governo central registrou um déficit primário de R$ 9,283 bilhões em julho. Segundo analistas do Santander, esse resultado foi ‘sem surpresas’.

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Isso pois a casa já projetava que o déficit do governo ficaria na casa dos R$ 9,2 bilhões. O consenso Bloomberg, todavia, projetava R$ 8,6 bilhões para o período.

O economista Ítalo Franca, do Santander, destaca que a receita líquida apresentou um bom desempenho com alta de 9,5%, ao passo que as despesas caíram 6% na base anual.

“Provavelmente observamos o pico de desembolsos totais na leitura de 12 meses em maio-junho, na esteira do maior valor mensal do pagamento do bônus previdenciário (13ª salário ). O crescimento dos desembolsos totais deve apresentar uma desaceleração relevante no segundo semestre de 2024”.

Além disso, comenta que o grau de desaceleração no segundo semestre do ano “será fundamental para a percepção dos riscos fiscais”.

A previsão, com isso, é de que o déficit primário em uma janela de 12 meses (atualmente em R$ 233 bilhões) deve seguir declinando até o mês de dezembro.

A trajetória da curva deve depender da arrecadação nos próximos meses.

“As receitas continuaram a ter bom desempenho, mas os desembolsos totais continuaram a subir em ritmo forte. Prevemos um déficit de R$ 85 bilhões em 2024 (representando riscos menores)”, completa.

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Mais dados sobre o déficit do governo em julho

Os R$ 9,283 bilhões registrados em julho representam um desempenho melhor do que o saldo negativo de R$ 35,921 bilhões observado no mesmo mês do ano passado.

Contudo, segue distante da meta de déficit zero para este ano.

Os dados do Tesouro Nacional mostram foi registrado um crescimento de 9,5% acima da inflação na receita líquida ante julho de 2023, chegando a R$ 183,5 bilhões.

No lado das despesas, foi registrado um recuo real de 6%, a R$ 192,828 bilhões, com queda nos gastos com benefícios previdenciários, apoio financeiro a governos regionais e subsídios.

Já na outra ponta, houve destaque no recolhimento de tributos administrados pela Receita Federal, evento atrelado à arrecadação do Imposto de Renda, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL).

Com esse déficit em julho, o governo soma R$ 77,8 bilhões de déficit primário em 2024. Em 12 meses o déficit fica em R$ 233,3 bilhões, o que equivale a 2,04% do Produto Interno Bruto (PIB).

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Eduardo Vargas

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