Após tombo de mais de 20% nas ações, analistas mantêm recomendação de compra para Azul (AZUL4)
Nesta quinta-feira (29), as ações da Azul (AZUL4) amargaram queda de 24,14%, após rumores de que a companhia poderia pedir uma recuperação judicial nos Estados Unidos. Mesmo assim, o Bradesco BBI e o Goldman Sachs seguem com recomendação de compra para a aérea.
Os analistas Victor Mizusaki, Andre Ferreira e Gabriel Pinho, do Bradesco BBI, destacam que a empresa explicou que a opção do Chapter 11, como é chamado o processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, está descartada.
Além disso, a casa cita que a aérea tem negociações construtivas com os locadores para encontrar uma solução final de capital para os US$ 570 milhões em obrigações de leasing de aeronaves.
Os analistas ainda avaliam que a AZUL4 está trabalhando em outras iniciativas para melhorar sua liquidez e esperam um aumento de caixa de cerca de US$ 1,3 bilhão nos próximos meses.
O montante inclui US$ 800 milhões em novos títulos, US$ 209 milhões de um empréstimo da Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF) e US$ 300 milhões do FNAC, Fundo Nacional de Aviação Civil.
O Bradesco BBI tem recomendação de compra para as ações da Azul (AZUL4), com preço-alvo de R$ 20.
O Goldman Sachs, por sua vez, destaca que a Azul conseguiu recuperar a lucratividade desde a pandemia, o que pode ser observado pelos níveis de margem Ebitda.
Por outro lado, os analistas admitem que a dívida da Azul continua sendo uma preocupação, além do fato de que praticamente toda essa dívida é em dólar, o que é uma má notícia tendo em vista a depreciação do real.
Contudo, a casa chama a atenção para as linhas de créditos apoiadas pelo FNAC, que, segundo os analistas, pode reduzir a saída de caixa da companhia no curto prazo e reduzir o custo de empréstimo.
O Goldman Sachs mantém recomendação de compra para os papéis da Azul, com preço-alvo de R$ 12,20.
Os principais riscos para a tese da Azul, segundo a casa, são preços de petróleo mais altos do que o esperado, depreciação do real frente ao dólar, baixa demanda por passagens aéreas e competição irracional.