WeWork quer renegociar condições com FIIs após “ações temporárias”; IFIX cai após 6 altas

WeWork diz que busca soluções “mutuamente benéficas” e mantém captação de clientes; IFIX registra queda após seis pregões positivos.

A WeWork, empresa que faz gestão de espaços de coworking e está devendo aluguéis a pelo menos seis fundos imobiliários do segmento de lajes corporativas, informou que segue operando normalmente os espaços ocupados junto a seus clientes, e que tem o interesse em renegociar condições de aluguel em busca de resoluções “mutuamente benéficas”.

Em nota enviada pela assessoria de imprensa à reportagem do Suno Notícias, a empresa chamou os atrasos, que no caso do TRNT11 já chega a três meses, de “ações temporárias” e afirmou que busca acordos que sejam “mutuamente benéficas”. Diz o texto:

“Nossas ações temporárias têm o objetivo de acelerar as conversas para chegar a resoluções que sejam do melhor interesse de todo o nosso ecossistema, mutuamente benéficas e que estejam mais bem alinhadas com as condições atuais do mercado. Nossos membros continuam sendo nossa principal prioridade e a negociação em andamento não altera nosso compromisso de prestar o excelente serviço que eles esperam.”

WeWork e FIIs: atrasos impactaram dividendos

Na semana passada, o FII TRNT11 comunicou o terceiro atraso consecutivo no edifício Torre Norte do Centro Empresarial Nações Unidas, com impacto em R$ 0,18 por cota, e deixou de distribuir dividendos aos cotistas pelo segundo mês consecutivo.

Outros quatro fundos imobiliários já tiveram proventos impactados pela inadimplência da WeWork: o VINO11 pagou R$ 0,052 por cota, antes R$ 0,06 no mês anterior; o SARE11 reduziu a distribuição de R$ 0,30 para R$ 0,25 por cota; o RCRB11 pagou R$ 0,91, ante R$ 0,99 distribuídos em julho, valor que havia sido apontado como guidance para o segundo semestre; o VVMR11 cortou os rendimentos em 80%, de R$ 0,25 por cota para R$ 0,05 por cota.

Em seu site, a empresa continua oferecendo imóveis para locação, diária ou por temporada, inclusive no Paulista 2537, como chama o Edifício Comolatti, na Avenida Paulista, em São Paulo, cujo proprietário anunciou ter obtido uma ação de despejo contra a WeWork. No comunicado, a empresa diz que desconhece “qualquer notificação de despejo”.

A WeWork informa em seu site que conta com mais de 30 mil clientes, os chamados “membros”, e que sua gestão é feita pela WeWork Latam, sem vínculo direto com a matriz nos Estados Unidos, que passou recentemente por um processo de recuperação judicial.

Nos respectivos fatos relevantes em que anunciam os casos de inadimplência, gestoras de administradoras dos FIIs afetados informaram que estão em contato com a WeWork para receber os valores pendentes e zerar os calotes.

Mercado oscila e IFIX tem queda após seis pregões

O IFIX, principal índice do mercado de FIIs, fechou em queda de 0,10% nesta segunda-feira (19), em 3.382,02 pontos, após seis pregões consecutivos de alta.

O IFIX começou o dia mantendo a tendência de alta e atingiu a máxima do dia, em 3.388,43 pontos, após pouco mais de uma hora de pregão. O índice, no entanto, entrou em patamar negativo perto das 15h e atingiu a mínima de 3.381,56 pontos perto das 16h30.

No acumulado de agosto, o IFIX segue com alta, de 0,51%, puxada principalmente pelas altas dos últimos dias da semana passada. O resultado do ano também segue positivo, em 2,13%.

O IFIX é o principal índice do mercado de FIIs. Na atual carteira teórica, apresentada em maio e com validade até o fim deste mês, figuram 112 fundos de todos os segmentos, escolhidos pela B3 a partir de indicadores como valor patrimonial e liquidez das cotas, além de outros fatores. Dos fundos com inadimplência da WeWork, três deles estão na composição do índice: VINO11, SARE11 e RCRB11.

Fernando Cesarotti

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