Dólar dispara de olho em recessão nos EUA, inflação e fiscal

Após forte demanda cambial compradora na abertura da B3, o dólar à vista avançou até R$ 5,8656 (+2,74%) na máxima intradia e, há pouco, desacelerava, testando mínimas ao redor de R$ 5,76.

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Os ajustes na manhã desta segunda-feira, 5, refletem o ambiente de aversão a risco que derruba ainda mais os ativos financeiros americanos e o petróleo, por temores globais de recessão nos Estados Unidos e possíveis cortes agressivos de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e outros bancos centrais pelo mundo neste ano.

O mercado de câmbio também digere o boletim Focus, à espera da publicação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), amanhã, e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho, na quinta-feira. O quadro fiscal do governo também é acompanhado.

No Focus, a mediana para o IPCA de 2024 subiu de 4,10% para 4,12%; e para 2025 foi de 3,96% para 3,98%. A mediana das expectativas indica também que a inflação acumulada em 12 meses em março de 2026 – o fim do primeiro trimestre – deve ficar em 3,77%. Na semana anterior, a estimativa intermediária apontava um IPCA de 3,76% no período.

A mediana do relatório Focus para o déficit primário de 2024 se manteve em 0,70% do Produto Interno Bruto (PIB), distante da meta deste ano, de déficit zero, com tolerância de 0,25 ponto porcentual do PIB para mais ou para menos.

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Mesmo após ter anunciado uma contenção de R$ 15 bilhões em gastos, o próprio governo espera obter um déficit primário de R$ 28,8 bilhões em 2024, exatamente em linha com o piso do alvo. A mediana para o déficit primário de 2025 permaneceu em 0,70% do PIB – a meta do ano que vem também é de déficit zero, com tolerância de 0,25 ponto do PIB. Um mês atrás, a projeção estava em 0,61%.

Para o dólar no fim de 2024, a mediana permanece em R$ 5,30, mas para fim de 2025 passou de R$ 5,25 para R$ 5,30.

As perdas do petróleo desaceleraram para pouco acima de 1% há pouco, ante -3% mais cedo, por preocupações com a demanda. Por enquanto, está em segundo plano a intensificação de conflitos geopolíticos no Oriente Médio.

Israel se prepara para um possível ataque do Irã nesta segunda-feira. O ministro da Defesa israelense, Yoav Galant, afirmou ontem que, caso um ataque aconteça, seu país está preparado para se defender.

Às 10h04, o dólar à vista subia 1,02%, a R$ 5,7667.

O dólar para setembro ganhava 0,70%, a R$ 5,7855.

Com Estadão Conteúdo

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Guilherme Serrano

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