Petrobras (PETR4): produção menor deve impactar resultados do 2T24, dizem analistas; e os dividendos?

Na noite desta segunda-feira (29), a Petrobras (PETR4) divulgou seu relatório de produção referente ao segundo trimestre de 2024. A estatal registrou um leve avanço frente ao mesmo período de 2023, mas teve recuo na comparação com o primeiro trimestre deste ano. Com isso, analistas passam a estimar um balanço um pouco mais fraco para a empesa.

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Em relatório, os analistas da XP Investimentos projetam um Ebitda ajustado de US$ 11,6 bilhões para a Petrobras no 2T24, um recuo de 7% na base sequencial.

O número, diz a casa, decorre de uma menor produção, que por sua vez por impactadas por paradas para manutenção. Além disso, os preços de derivados marginalmente mais baixos em dólares mais do que compensam o aumento marginal do preço do Brent.

“O menor EBITDA reflete-se no resultado final, que também é afetado por uma provisão substancial de R$ 11,9 bilhões (após impostos) para uma liquidação fiscal”, diz o relatório.

A questão fiscal citada pela XP diz respeito à disputa tributária com o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que envolve a incidência de Imposto de Renda, Cide, Pis e Cofins sobre remessas ao exterior.

A Petrobras chegou a um acordo sobre essa disputa e garantiu um desconto de 65% no valor a ser pago. No entanto, a companhia já havia informado que o movimento teria um impacto de R$ 11,87 bilhões no lucro líquido do segundo trimestre deste ano.

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Em relatório, o Itaú BBA também cita o acordo da Petrobras com o Carf como fator de impacto negativo para o Ebitda.

“Esperamos US$ 9,4 bilhões de Ebitda no 2T24 (queda de 24% na base sequencial), refletindo o acordo com o Carf. Excluindo esse efeito, prevemos Ebitda ajustado de US$ 12,8 bilhões”, diz o BBA.

O BTG Pactual é outra casa que cita as paradas de manutenção como fator de impacto negativo na produção da Petrobras. No entanto, os analistas acreditam que após a normalização, a companhia deve atingir o guidance de produção para o ano.

Apesar da melhora nos preços do brent e da depreciação do real, o BTG espera que a menor produção e os descontos frente aos preços internacionais dos combustíveis resultem em um desempenho geral mais “suave” no balanço do 2T24 da Petrobras.

“Não prevemos que isso surpreenda negativamente os investidores, pois esses fatores já estão bem contabilizados”, diz o relatório.

E os dividendos da Petrobras (PETR4)?

Diante dessas perspectivas, os dividendos da Petrobras não podem ficar de fora dessa conta. A XP Investimentos projeta US$ 2,7 bilhões em proventos, com 3,2% de rendimento mensal. As saídas de caixa decorrentes do acordo fiscal, dizem os analistas, deve prejudicar o fluxo de caixa aos acionistas (FCFE), que deve ficar em US$ 3,7 bilhões.

O Itaú BBA, por sua vez, espera dividendos um pouco mais baixos, na casa de US$ 2,1 bilhões, o que resultaria em um dividend yield da Petrobras de 2,3%.

Já o BTG Pactual tem estimativas mais ousadas. A casa espera US$ 2,9 bilhões de dividendos para a Petrobras, com yield de 3%.

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Guilherme Serrano

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