Alta do dólar: como economizar nas viagens ao exterior usando milhas

A alta do dólar está no centro das atenções nas últimas semanas. Com um avanço acumulado de mais de 13% no ano, a moeda norte-americana atingiu a casa dos R$ 5,70 na última terça-feira (2). Em meio a este cenário, que está preocupando cada vez mais os brasileiros que pretendem viajar para o exterior, as milhas podem ser uma alternativa para economizar. 

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Apesar de ser um assunto cada vez mais falado, uma pesquisa divulgada pelo Banco Central (BC) apontou que os brasileiros perderam 39 bilhões de pontos de cartão de crédito entre junho de 2021 e junho de 2022. 

Na prática, esses pontos podem ser utilizados com diversas finalidades, incluindo a troca por milhas para a compra de passagens aéreas. Além disso, é possível também economizar com a reserva de hospedagens e com a compra de entradas para atrações turísticas.

“Hoje você pode emitir as passagens com milhas tanto no Brasil, quanto pelo mundo. O legal dessas passagens é que, muitas vezes, essas milhas que você acumulou são provenientes de gastos de cartões de crédito que você já ia gastar, então você acaba recebendo esse benefício quando você faz uma compra do dia a dia”, explica Rony Breuel, empreendedor e viajante profissional no Vamos Com Classe.

Qual é a diferença entre milhas e pontos?

De acordo com o especialista, pontos e milhas funcionam, basicamente, da mesma forma. No entanto, a diferença está no tipo de empresa por trás desses sistemas de bonificação.

“Basicamente, milhas e pontos são a mesma coisa. O que muda é que ponto é a nomenclatura que você utiliza quando tem um saldo em um programa de uma instituição financeira, como Itaú, Livelo e Esfera. Já as companhias aéreas também tem saldo, quando você voa. Na companhia aérea, esse saldo é chamado de milhas”, explica Breuel.

Dessa forma, as milhas e os pontos visam fidelizar os clientes e fazer com que eles continuem utilizando os serviços, seja de um banco ou de uma companhia aérea.

Além disso, vale destacar ainda que os pontos podem ser transferidos para os programas das companhias aéreas e convertidos em milhas. Neste caso, a dica é fazer essa transferência somente quando a empresa oferecer algum tipo de bonificação. “Muitas vezes, as companhias aéreas oferecem até 100% de bônus para fazer você enviar os seus pontos do programa do banco para lá”, diz o especialista.

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Como acumular milhas?

O primeiro passo para acumular milhas é buscar um cartão de crédito atrelado a algum programa de bonificação. 

Além do uso do cartão, é fundamental aproveitar ao máximo as parcerias do programa de fidelidade na hora de fazer compras. “Muitos programas de bancos ou de milhas tem diversos parceiros, como Magazine Luiza (MGLU3), Lojas Renner (LREN3), Casas Bahia (BHIA3), Reserva, etc. Esses parceiros oferecem vantagens quando você faz compras através desses programas”, diz o especialista.

Além disso, em alguns casos, é possível ainda acumular pontos ao utilizar aplicativos de transporte ou delivery, por exemplo. Segundo Breuel, as compras bonificadas nas empresas parceiras são uma ótima maneira de acelerar o acúmulo de milhas. 

“Se eu for no shopping, eu não vou ganhar absolutamente nada. Caso eu compre no cartão de crédito, vou ganhar algumas milhas no cartão. Se eu fizer a mesma compra online através de uma compra bonificada, às vezes eu posso ganhar dez pontos a cada real que eu gastar. Então, a mesma compra que eu iria fazer no shopping e não ganhar nada, eu posso, por exemplo, ganhar 2 mil pontos. Se aparecer uma promoção de bônus, esses pontos viram 4 mil milhas na companhia aérea”, exemplifica ele.

Como usar milhas para economizar em meio à alta do dólar?

Economizar com passagens aéreas, hospedagens e atrações turísticas pode ajudar — e muito — os viajantes que vão para o exterior em meio à alta do dólar e do euro. De acordo com o viajante profissional, é necessário ter estratégia antes de utilizar as milhas para, de fato, aproveitar os benefícios.

Para a reserva de passagens aéreas e hospedagens, Breuel destaca dois pontos importantes para conseguir os melhores preços: flexibilidade e antecedência.

“Para voar numa terça-feira, por exemplo, pode estar trinta mil milhas, e na quarta-feira pode estar trezentas mil milhas. Então, se você tiver a flexibilidade de datas, você tende a encontrar voos muito mais baratos […] Além disso, sei que nem todo mundo consegue se planejar com tanta antecedência, mas normalmente as companhias aéreas vão abrindo as passagens mais baratas para datas bem mais para frente, e aí você tende a fazer bons negócios”, diz ele.

Além de utilizar esses pontos e milhas para a compra de passagens e hospedagens, esses recursos também podem ser utilizados para a reserva de entradas de atrações turísticas, como é o caso do programa Smiles, que permite a utilização de milhas para a compra de ingressos para os parques temáticos da Disney.

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Giovanna Oliveira

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