Fundos de crédito superam rentabilidade do CDI: conheça opções

Fundos de crédito buscam equacionar a relação entre risco e retorno para oferecer rentabilidade superior às taxas de referência do mercado.

A Selic em patamar alto, de 10,5% ao ano, mantém em nível elevado também o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que serve como taxa de referência para ativos de crédito. Nesse cenário, fundos de crédito bem estruturados tornam-se uma opção interessante para oferecer aos investidores uma rentabilidade superior, com boa mitigação de riscos.

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A chave para isso, apontam os especialistas, está na construção da carteira, que é formada basicamente por títulos de dívida emitidos por empresas. Na hora da seleção, as gestoras classificam os papéis em dois fatores, de acordo a relação entre risco e retorno:

  • high grade: considerados mais seguros, oferecem menor rentabilidade nominal, mas apresentam risco mínimo de inadimplência;
  • high yield: mais arriscados, devido à área de atuação e ao histórico da empresa emissora, oferecem rentabilidade maior como compensação.

A Clave Capital tem três fundos de crédito, cuja diferença está justamente no foco de composição da carteira, entre títulos mais seguros e papéis com oferta de maior rentabilidade. Nos últimos meses, segundo o analista Mariano Andrade, gestor de crédito da empresa, a abertura dos juros futuros causou um forte impacto no mercado dos títulos high yield.

Ele explicou, em participação do ClaveCast, podcast da gestora, que esse ruído foi puxado principalmente pela divisão do Copom na reunião de maio, em que cinco diretores defenderam o corte da Selic em 0,25 p.p. e quatro optaram por manter a sequência de cortes em meio ponto, que vinha desde o segundo semestre de 2023.

“A expectativa de uma Selic terminal mais alta para 2024 fez com que o mercado precificasse as dívidas também num patamar mais alto, e foi preciso realizar análises caso a caso porque, como os títulos são pós-fixados, era preciso verificar a estrutura de capital das companhias para compreender a capacidade de pagamento de cada uma”, explicou.

Segundo ele, houve uma janela de oportunidades pequena para novas aquisições a preços e taxas atraentes, enquanto aumentava a demanda no segmento high grade, com a migração de muitos investidores para fundos DI de grandes bancos.

“São fundos com liquidez diária, que também se utilizam de carteiras high grade para oferecer o carrego ao investidor, e isso causou uma demanda grande em títulos confiáveis, com spreads bastante comprimidos”, analisou Andrade.

Fundos de crédito: resultados bem acima do CDI

O cenário exigiu decisões cautelosas das gestoras, mas os fundos de crédito da Clave continuaram alcançando seus benchmarks.

O fundo Multi Credit (High Grade), criado em março de 2023 com foco em empresas com classificação AAA, com projeção de rentabilidade de 1,5% a 2.5% ao ano acima do CDI, cumula nos últimos 12 meses um resultado de 14,13%, ante 12,08% do CDI médio do período.

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Já o Multi Credit Plus (High Yield), com foco em maximização da rentabilidade para investidores com maior disposição para risco, entregou nos últimos 12 meses um resultado de 15,27%. 

Além dessas opções, a Clave atua também na gestão de fundos multimercados, fundos de ações e do CLIN11, fundo imobiliário com predileção por títulos atrelados ao IPCA.

Mercado tem mais opções com boa performance

A AZ Quest, outra gestora com atuação em vários segmentos, também atua no mercado de fundos de crédito, com várias opções de investimento de acordo com a relação entre risco e retorno dos devedores.

O AZ Quest Valore FI RF CP atua com objetivo de obter retorno de longo prazo superior ao CDI, através da alocação diversificada de seu portfólio em ativos de crédito privado de alta qualidade, com foco em títulos de emissões bancárias e debêntures de alta liquidez e baixo risco de crédito privado.

Segundo a gestão, o fundo deve investir até 80% de seus recursos em uma carteira de “ativos financeiros de renda fixa, relacionados diretamente, ou sintetizados através do uso de derivativos, ao risco de juros do mercado doméstico ou risco de índices de preço, excluindo estratégias que impliquem em risco de moeda estrangeira ou de renda variável”,

Com essa estratégia, o fundo obteve rentabilidade acumulada de 16,10% nos últimos 12 meses, atingindo o objetivo de superar o CDI.

Este texto não é uma recomendação de investimentos e não faz promessas de rentabilidade vinculadas aos fundos de crédito ou a qualquer outra modalidade. A intenção aqui é apenas mostrar opções de mercado e seus últimos resultados.

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Fernando Cesarotti

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