IPCA-15 sobe 0,39% em junho, abaixo das expectativas; veja análises sobre a prévia da inflação

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) subiu 0,39% em junho, ante avanço de 0,44% em maio, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, a prévia da inflação cresce 2,52% no acumulado do ano. Em 12 meses, a alta é de 4,06%, ante avanço de 3,70% até maio.

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“O número ficou abaixo da projeção mediana do mercado e veio abaixo também das nossas projeções, que eram de alta de 0,45%”, diz Lucas Barbosa, economista da AZ Quest.

Entre os destaques, o preços de alimentação e bebidas tiveram alta de 0,98% em junho, ante avanço de 0,26% em maio. Com isso, o grupo contribuiu com 0,21 ponto percentual no IPCA-15.

Já a alimentação no domicílio subiu 1,13% em junho, ante alta de 0,22% no mês anterior. Alimentação fora do domicílio, por sua vez, teve alta de 0,59%, ante 0,37% em maio.

“Os alimentos impactados pelas enchentes no Rio Grande do Sul foram a maior fonte de pressão, com destaque para o arroz, batata e leite, sendo que esse último é afetado pelas dificuldades de armazenamento e logística de distribuição”, explica Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo.

Na ponta negativa, os preços de transportes recuaram 0,23% em junho, contra avanço de 0,77% em maio, resultado em uma contribuição negativa de 0,05 ponto percentual.

Os preços de combustíveis caíram 0,22% neste mês, depois de terem avançado 2,10% no mês anterior. A gasolina caiu 0,13%, ante avanço de 1,90% em maio. Já o etanol recuou 0,80% na leitura atual, depois de ter avançado 4,70% no mês anterior.

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“Por outro lado, a deflação de passagens aéreas, gasolina e etanol compensaram a pressão dos alimentos, e foram as razões para o índice cheio ficar abaixo da nossa expectativa”, diz Costa.

Barbosa destaca que o resultado do IPCA-15 divulgado nesta quarta-feira foi importante para controlar as expectativas de inflação.

“O número de hoje acalma um pouco esse ânimo de revisões para cima ao mostrar que principalmente a parte de serviços continua relativamente controlada. A gente ainda está com níveis relativamente baixos de inflação corrente, o que ajuda a controlar de certa forma esse problema que a gente está tendo nas expectativas”, diz.

Costa complementa dizendo que a inflação corrente não suscita grandes preocupações pensando em política monetária, embora alguns riscos sigam no radar.

“Com relação à política monetária, a inflação corrente não enseja maiores preocupações, mas os riscos citados pelo Banco Central na sua última decisão seguem elevados, como a desancoragem das expectativas de inflação, a incerteza fiscal e o cenário global adverso”, completa sobre o IPCA-15.

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Guilherme Serrano

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