Crise ou oportunidade? Arezzo (ARZZ3) segue sendo preferência do Goldman Sachs após queda de mais de 20%
Apesar da queda de 22% no acumulado de 2024, a Arezzo (ARZZ3) ainda sustenta uma recomendação de compra dos analistas do Goldman Sachs.
A casa tem um preço-alvo de R$ 74 para as ações da Arezzo. Atualmente os papéis ARZZ3 negociam a cerca de R$ 48 em bolsa.
A companhia teve desafios relevantes no primeiro trimestre deste ano, o que afetou as ações. O problema em suma foi um desempenho de vendas abaixo do esperado em algumas áreas de seu negócio principal, o que, junto com preocupações relacionadas à sua proposta de fusão com o Grupo Soma (SOMA3), pressionou as ações.
Contudo, o Goldman Sachs argumenta que, apesar dos riscos existentes, eles já estão adequadamente refletidos nos preços atuais das ações.
Conforme explica a casa, atualmente, as ações estão sendo negociadas a 13 vezes o Preço/Lucro para 2024 e 11 vezes para 2025 – ou seja, significativamente abaixo da média histórica da empresa e na extremidade inferior comparada a seus concorrentes globais.
O relatório do Goldman destacou que o crescimento das marcas principais da Arezzo no 1T24 foi insatisfatório, com vendas para clientes multimarcas caindo 4% e vendas em franquias crescendo apenas 1% em relação ao ano anterior.
O crescimento de vendas diretas ao consumidor também desacelerou, de 13% no quarto trimestre de 2023 para 6% no 1T24.
O banco também aponta que há preocupações entre os investidores sobre a capacidade da Arezzo de gerenciar simultaneamente os desafios de suas marcas estabelecidas e a complexidade adicional introduzida pela fusão proposta com a Soma.
Mudança de estratégia da Arezzo
Além disso, existe uma transição de estratégia de crescimento orgânico para uma mais focada em fusões e aquisições.
Essa mudança, no momento, é vista como mais arriscada – o que justifica múltiplos mais baixos.
A liderança da Arezzo, sob o comando de Alexandre Birman, está concentrando esforços na reestruturação da operação da Hering.
Já Luciana Wodzik, chefe da divisão de calçados, e Rony Meisler, à frente da AR&CO, são destacados no relatório como peças-chave na gestão das marcas principais.
O desempenho das marcas, como a Schutz, foi variado, com algumas mostrando uma desaceleração nas vendas. Este cenário é atribuído a uma base de comparação desafiadora e a uma demanda macroeconômica mais fraca entre os consumidores de alto padrão.
Por fim, o Goldman Sachs projeta que a Arezzo apresentará um crescimento médio anual de vendas, Ebitda ajustado e lucros entre 10% e 12% de 2024 a 2026.
O banco sustenta que o valuation da Arezzo segue atrativo, ainda que as projeções de crescimento dos números seja conservadora.