Ibovespa cai e volta aos 120 mil pontos na semana; veja as ações que mexeram com o índice

O Ibovespa iniciou junho em baixa, atingindo uma nova mínima esta semana com queda acumulada de 1,09%, fechando aos 120.767 pontos. O nível de fechamento desta sexta-feira ainda é o menor desde 13 de novembro passado, então aos 120.410,17 pontos.

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No panorama global, os dados de emprego nos EUA foram o destaque. O relatório ADP, divulgado na quarta-feira, ficou aquém das expectativas, alimentando esperanças de cortes de juros.

Porém, segundo a XP, essas expectativas foram ajustadas após o payroll de sexta-feira superar as previsões, adiando as expectativas de início do ciclo de cortes de juros. Ainda assim, o S&P 500 registrou mais uma semana positiva, fechando perto de suas máximas.

No cenário nacional, o foco recaiu sobre as declarações do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a política fiscal feitas na sexta-feira. As falas repercutiram mal no mercado, contribuindo para elevar os juros e provocando uma queda de 1,7% no Ibovespa no mesmo dia.

Haddad reforçou que o governo vai insistir da Medida da Provisória do PIS/Cofins para compensação de perdas de receita com desoneração, apesar de resistências no Congresso e entre setores econômicos, e minimizou os efeitos sobre a economia. Houve também ruídos em torno de fala do ministro sobre eventual contingenciamento neste ano.

Maiores altas do Ibovespa da semana

  • Embraer (EMBR3): +6,0%
  • Hypera (HYPE3): +5,7%
  • Eztec (EZTC3): +4,3%

O destaque positivo desta semana foi a Embraer, que registrou uma alta de 6,0%. De acordo com analistas da XP, esse desempenho foi impulsionado por um fluxo positivo de notícias, incluindo um novo pedido de 20 aeronaves pela Mexicana de Aviación e a possibilidade de um novo centro de treinamento para o C-390 na Europa.

Por sua vez, as ações da Hypera subiram 5,3% na semana, à medida que os investidores avaliaram os efeitos da Medida Provisória sobre PIS/Cofins no lucro operacional da farmacêutica.

Em um relatório, o Itaú BBA recomendou compra para as ações da companhia e afirmou que o impacto da Medida Provisória, que busca limitar a recuperação de crédito tributário pela venda de medicamentos, é menor que o esperado.

Maiores quedas do Ibovespa da semana

  • 3R Petroleum (RRRP3): -6,9%
  • Braskem (BRKM5): -6,7%
  • Gerdau (GOUA4): -6,5%

O principal destaque negativo da semana foram as petroleiras, como a 3R Petroleum e a Braskem, impactadas pela queda no preço do Brent, prolongando o momento negativo das ações. Desde maio, a 3R Petroleum acumula uma queda de 20,8%, enquanto a Braskem registra uma queda de 17,2%.

O principal gatilho da queda da Gerdau na semana foi a baixa no preço nas commodities, que pesa também no real em paralelo à outras moedas de emergentes ligadas às commodities, que acumulam perdas em relação a paridade com o dólar.

O que vem por aí na semana que vem?

No cenário internacional, diz a XP, as atenções estarão voltadas para a decisão de política monetária dos Estados Unidos na quarta-feira. Esperamos que as taxas de juros sejam mantidas nesta reunião, com o início do ciclo de cortes previsto para dezembro.

“Devido à inflação ainda acima da meta, o banco central deve adotar uma abordagem cautelosa, tornando a última reunião do ano o momento mais adequado para iniciar a flexibilização. Além disso, serão divulgados dados de inflação ao consumidor na China na terça-feira e, nos Estados Unidos, o índice CPI na quarta-feira”, comenta a research.

No Brasil, a divulgação do IPCA de maio, marcada para terça-feira, será a primeira leitura a captar os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul sobre a inflação. No que diz respeito à atividade econômica, o IBGE publicará a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de abril na quarta-feira e a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do mesmo mês na quinta-feira. Finalmente, o IBC-Br, considerado uma proxy mensal do PIB, será divulgado na sexta-feira. Para todas essas divulgações, projetamos aumentos mensais.

Ibovespa: Santander vê potencial de valorização em 18% em 2024

 O Santander apresentou suas perspectivas para o Ibov em 2024. O banco revisou o preço-alvo do índice para 145 mil pontos, anteriormente fixado em 160 mil, devido a uma expectativa de juros reais de longo prazo mais elevados. Além disso, os analistas discutiram as novas projeções para o cenário macroeconômico e destacaram os melhores ativos para investimento.

Santander ainda vê um potencial de valorização de 18% para o índice Ibovespa. “Atualmente, um título público indexado à inflação oferece um rendimento de aproximadamente inflação mais 6,2%. Nossa expectativa é de que até o final do ano esse rendimento seja em 5,5%. Esse movimento de fechamento da curva de juros reais poderia levar o Ibovespa a fechar em torno de 145 mil pontos”, explica Ricardo Peretti, analista de Renda Variável do Santander.

De acordo com o analista, o banco manteve inalterada a estimativa de lucro das empresas do Ibovespa, prevendo um crescimento médio de 15% em relação a 2023.

“Ainda acreditamos em um cenário de soft landing global (desaceleração gradual) da economia americana e brasileira, baseado na normalização do mercado de trabalho dos EUA e sinais de moderação de algumas atividades. Trabalhamos de um cenário de 65% para que isso ocorra nos EUA e 55% no Brasil, indicando um conforto maior para os BCs cortarem juros”, afirma Peretti.

Vale ressaltar que o Santander vê o Ibovespa sendo negociado a um valuation descontado de 7,4x P/L ante o histórico de 10,8x. Em termos de fluxo, o investidor estrangeiro acumula vendas líquidas de R$ 35,8 bilhões em 2024, estando próximo ao “neutro” acumulado nos últimos doze meses.

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Vinícius Alves

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