Radar: Bradesco (BBDC4) pagará JCP bilionário, analistas cortam preço-alvo das ações de Hypera (HYPE3) e BTG projeta valorização da Suzano (SUZB3)
O conselho de administração do Bradesco (BBDC4) aprovou um novo pagamento de juros sobre o capital próprio (JCP) intermediários, no valor total de R$ 4 bilhões, conforme comunicado nesta quinta-feira (6).
Os JCP do Bradesco são referentes ao primeiro semestre de 2024, cujo valor é de R$ 0,35914135 por ação ordinária (ON) e R$ 0,395055485 por ação preferencial (PN).
Os juros sobre capital próprio do Bradesco serão distribuídos no dia 31 de janeiro de 2025, mas somente aos detentores de ações da companhia ao final de 17 de junho de 2024, de modo que a partir do pregão seguinte (18) os papéis passam a ser negociados sem direito ao recebimento dos proventos.
Conforme regras aplicáveis a esse tipo de rendimento, haverá dedução de Imposto de Renda na Fonte de 15%, com exceção dos investidores pessoas jurídicas que forem imunes ou isentos.
Considerando essa tributação, o valor líquido é de R$ 0,305270148 por ação ordinária e R$ 0,335797162 por ação preferencial, já descontada a tributação do Imposto de Renda.
Além de Bradesco, confira outros destaques desta quinta-feira:
Hypera (HYPE3): BBA corta preço-alvo das ações e cita dois motivos
- O Itaú BBA rebaixou o preço-alvo da Hypera Pharma (HYPE3) para R$ 32 por ação até o fim deste ano. A projeção anterior era de R$ 42. Mesmo com a redução de R$ 10, o novo valor reflete uma alta de 22% em relação aos níveis atuais, segundo os especialistas. A ação da Hypera fechou em alta de 1,18% nesta quinta (6), cotada a R$ 29,06.
- Dois fatores foram determinantes para que as ações da Hypera tivessem redução em seu preço. O primeiro diz respeito aos resultados da farmacêutica no primeiro trimestre de 2024 (1T24), enquanto o segundo é devido às propostas de alterações na utilização dos créditos de PIS (Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), apresentadas por meio de Medida Provisória (MP).
- Ambos são contribuições sociais destinadas ao financiamento da seguridade social, que inclui a previdência social, saúde pública e assistência social. A MP restringe a utilização dos créditos tributários relacionados ao PIS/Cofins resultando, na prática, em aumento indireto da carga tributária para as empresas, o que inclui o setor farmacêutico, situação que preocupa os analistas financeiros.
- A proposta sugere que os créditos de PIS/Cofins obtidos pela compra de insumos sejam utilizados exclusivamente para compensar débitos dos programas sociais. Atualmente, esses créditos podem ser utilizados para compensar outras obrigações fiscais, mas a mudança proposta restringiria essa aplicação. Essa alteração afetaria empresas que acumulam créditos ao adquirir insumos, mas não possuem débitos de PIS/Cofins suficientes para compensar.
- Os analistas do BBA afirmam que, no caso da Hypera Pharma, apenas uma pequena parte de sua receita provém de produtos elegíveis para isenção de PIS/Cofins. Atualmente, a farmacêutica utiliza parte dos créditos acumulados para compensar outros impostos. Com a nova regra, esses créditos ficariam sem uso imediato, resultando em um acúmulo de créditos não utilizados.
- De acordo com a análise do banco, caso a MP seja aprovada, o impacto seria limitado a menos de 2% do fluxo de caixa operacional da empresa. “Se começar apenas em 2025, o impacto seria de cerca de R$ 50-60 milhões por ano em 2025 e 2026. No entanto, em 2027, com a fase de implementação da reforma tributária, o impacto negativo no caixa cessaria. Vale também notar que os créditos de PIS/Cofins acumulados até 2027 poderiam potencialmente ser reembolsados no futuro”, escrevem os estrategistas.
Suzano (SUZB3): BTG vê ações com ‘excessivo desconto’ e estima valorização de 74%
- Diante da repercussão sobre a possível aquisição da International Paper (IP), o BTG Pactual reforçou recomendação de compra para os papéis da Suzano (SUZB3), afirmando que a “gestão merece o benefício da dúvida”. O BTG prevê valorização de 74% nos preços das ações.
- Desde que foi noticiado o interesse na International Paper, a ação da Suzano perdeu quase 25% de seu valor (equivalente a R$ 20 bilhões em valor de mercado).
- “Algumas semanas atrás, argumentamos que a Suzano é a produtora de papel e celulose mais descontada globalmente, com a empresa agora sendo negociada perto de seus múltiplos históricos mais baixos (4,5x Ebitda 25)”, comentam os analistas.
- Para o banco, o desconto do papel da Suzano é claramente injustificado nos fundamentos, sendo a companhia o produtor de maior qualidade na indústria, baseado em curvas de custo, rentabilidade, retornos.
- “Argumentamos extensivamente que a história de ações de curto prazo agora é altamente binária (payoffs simétricos; potencial de alta/baixa semelhante de 15%). Isso é lamentável, pois vemos um valor profundo no nome em um horizonte mais longo”, dizem os analistas.
- Além disso, o BTG considera que um suposto acordo com a IP é complexo. Dessa forma o preço das ações da Suzano provavelmente está assumindo uma maior probabilidade de que o acordo realmente se materialize do que sua realidade.
- “À medida que o tempo passa, a diferença entre a IP e a Suzano está aumentando, complicando ainda mais a situação, já que o valor de mercado da IP agora é aproximadamente 35% maior que o da Suzano. Alguns analistas atualmente possuem um preço-alvo (TP) para a IP na faixa de US$ 55-60/ação, o que implica uma relevante valorização, e que o nível para uma venda também é muito alto”, afirma o banco.
- No atual contexto, o BTG recomenda compra, com preço-alvo de R$ 82 para os papéis da Suzano, negociadas hoje a R$ 48.
Itaú (ITUB4) fará novo pagamento de JCP; veja o valor e quem vai receber
- O conselho de administração do Itaú (ITUB4) aprovou um novo pagamento de juros sobre capital próprio (JCP), no valor de R$ 0,2510 por ação.
- Considerando a retenção de 15% de imposto de renda na fonte, o valor líquido dos JCP do Itaú será de R$ 0,21335 por ação.
- Essa retenção de imposto de renda apenas não será devida aos investidores pessoas jurídicas que comprovarem ser imunes ou isentos.
- O pagamento será feito no dia 30 de agosto de 2024, mas somente aos detentores de ações do Itaú até o fechamento da sessão de 20 de junho deste ano.
- No mesmo dia serão pagos os juros sobre capital próprio do Itaú declarados em março de 2024. Assim, o valor líquido total a ser distribuído é de R$ 0,41888 por ação.
- Desse modo, as ações ITUB4 negociadas a partir do dia 21 de junho de 2024 não terão direito ao recebimento de proventos.
Queda das ações no ano? Veja por que o Magazine Luiza (MGLU3) recebeu recomendação de compra do BB Investimentos
- Entre as companhias no guarda-chuva do BB Investimentos, a Magazine Luiza (MGLU3) “merece destaque” pelos resultados no primeiro trimestre. As ações da Magalu têm recomendação de compra da casa.
- Apesar disso, a companhia sofreu uma desvalorização de 8,90% no mês de maio, acumulando uma perda de -42,28% no ano. Contudo, as ações MGLU3 são as únicas na cobertura do banco do setor que permanecem recomendadas para compra pelos analistas do BB Investimentos.
- Em relatório publicado pela casa, a recomendação é de um preço-alvo de MGLU3 a R$ 36,80, com upside de 197,01%,
- Na ponta oposta, as ações da Casas Bahia (BHIA3) são as única indicadas para “venda” na cobertura da research, enquanto as demais seguem no modo “neutro”.
Reviravolta do varejo: Renner (LREN3) sobe com recomendação do Citi; Magazine Luiza (MGLU3) acelera e fecha em alta
- Em uma reviravolta da semana, as varejistas tornaram a subir na bolsa de valores nesta quinta-feira (6). As ações da Magazine Luiza (MGLU3) registraram uma alta de +3,12% e as da Lojas Renner (LREN3) avançaram 3,80%, no fechamento do Ibovespa. O Citi elevou a recomendação da Renner, o que contribuiu para a alta dos papéis da companhia.
- A recuperação é um alívio para o setor de varejo, após uma terça-feira (4) de quedas acentuadas. O mercado reflete a aprovação da quarta-feira da taxação de compras internacionais de até US$ 50.
- Outras companhias que também avançavam hoje ou rondavam a estabilidade:
- Casas Bahia (BHIA3): +6,54%
- Petz (PETZ3): +3,67%
- Lojas Renner (LREN3): +3,80%
- C&A (CEAB3): +1,96%
- Arezzo (ARZZ3): +0,35%
- Marisa (AMAR3): +5,95%
- Guararapes (GUAR3): +3,33%
- O Ibovespa fechou em alta de 1,23%, aos 122.808 mil pontos, após seis dias consecutivos de quedas, o dólar recua e os juros futuros estão em queda.
- Comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também ajudaram a manter o Ibovespa no azul. O discurso reforçou que a instituição está atenta às expectativas de inflação e monitorando os efeitos das enchentes do Rio Grande do Sul sobre os preços e o desempenho da economia.
- A decisão do Banco Central Europeu de reduzir os juros da zona do euro em 0,25 ponto porcentual, amplamente esperada pelo mercado, é outro fator positivo, porém mais difuso, para a Bolsa brasileira.
- Segundo Pedro Moreira, sócio da One Investimentos, juros menores em economias desenvolvidas podem aumentar o fluxo de capital direcionado a países emergentes.
Itaú (ITUB4) aumentará dividendos? Analistas do Safra respondem
- Em novo relatório sobre o setor de bancos, analistas do Safra reiteraram sua preferência pelas ações do Itaú (ITUB4).
- Segundo a casa, o Itaú é a melhor escolha no momento considerando uma perspectiva de longo prazo, especialmente com um cenário de juros mais altos por mais tempo.
- “Após a recente liquidação das ações brasileiras, acreditamos que há uma oportunidade de compra em ações de qualidade, uma vez que as condições de mercado ainda são desfavoráveis para ativos de maior risco”, diz a casa.
- Os especialistas destacam que o banco está sendo negociado a cerca de 7x o preço sobre lucro estimado para 12 meses.
- Além disso, os dividendos do Itaú devem representar um yield de 8,7%, conforme as projeções da casa.
- Com isso, a expectativa é de que o ITUB4 “sustente uma rentabilidade mais elevada”, enquanto os resultados do varejo deverão continuar pressionados, mas ainda em níveis saudáveis.
- “O Itaú protege a exposição de seus ativos de taxa fixa e não vemos nenhum impacto na margem financeira do mercado em meio a uma perspectiva juros altos por mais tempo”.
- Os especialistas ainda apontam que o Banco do Brasil (BBAS3) deve ser o ‘grande vencedor’ ao passo que o ‘principal perdedor’ é o Bradesco (BBDC4).
- “Na nossa visão, esse cenário beneficia claramente o BB. A margem dos depósitos contribui importante para a margem financeira do banco, especialmente os depósitos judiciais, que atualmente custam cerca de 80% do CDI, permitindo ao BB obter melhores spreads nos resultados de tesouraria”, diz o Safra.
- Sobre o Bradesco, a casa destaca que a margem líquida de juros decepcionou no primeiro trimestre, em grande parte devido à redução de risco pela qual o banco passou.
- “As ações reagiram negativamente e os investidores questionam quanto tempo levaria até se verificar um ponto de virada, uma vez que a originação de crédito não garantido parece arriscada numa perspectiva de alta por mais tempo, especialmente empréstimos às pequenas e médias empresas”.
Do Bradesco à Sabesp, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.