Após empresa mexicana fechar pedido com 20 jatos da Embraer (EMBR3), analistas recomendam compra dos ADRs

O BTG e o Santander reiteraram a recomendação de compra para os ADRs da Embraer (EMBR3), com preço-alvo definido pelos bancos a US$ 32 e US$ 38, respectivamente. Os papéis da Embraer são negociados hoje a US$ 28,61. A sugestão dos analistas foi feita após a empresa de aeronaves afirmar, em comunicado na segunda-feira (3), que a companhia aérea estatal Mexicana de Aviación fez um pedido de 20 jatos E2 com entregas previstas para começar no segundo trimestre de 2025.

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O pedido dos jatos da Embraer é bem avaliado pelos estrategistas porque a Mexicana será a primeira operadora dos E2 no México, o que pode abrir caminho para a entrada desses modelos da Embraer no mercado dos Estados Unidos.

Os estrategistas do BTG e do Santander calculam que o pedido de 20 jatos E2 da Embraer pode representar um acréscimo de aproximadamente US$ 0,8 bilhão na carteira de pedidos da Embraer, um aumento de cerca de 4% em relação ao backlog divulgado no primeiro trimestre deste ano (1T24).

Além disso, segundo os bancos, o desenvolvimento também é visto como positivo para a Embraer, indicando um possível aumento na demanda pela família E2 na América do Norte, ajudando a manter a relação entre pedidos e entregas acima de 1,0x neste ano.

Outra observação do BTG e do Santander após o comunicado: como a Mexicana é uma operadora jovem e irá utilizar aeronaves da Embraer, há potencial para que a companhia aérea se torne um cliente importante dos E2 a médio e longo prazo, o que pode favorecer a expansão das margens das aeronaves.

“A Embraer também possui campanhas comerciais totalizando cerca de 200 aeronaves em várias regiões. Estamos otimistas em relação às suas campanhas na indústria de Defesa, já que a aeronave C-390 Millennium da Embraer tem tido sucesso constante em campanhas comerciais em todo o mundo”, escrevem os analistas do BTG.

Os relatórios lembram que as negociações da Mexicana com a Boeing (BOEI34) para a aquisição de mais aeronaves não avançaram, possivelmente devido aos prazos de entrega estendidos da fabricante norte-americana. Em contraste, a Embraer tem disponibilidade de slots de produção para o próximo ano, o que viabiliza o plano de crescimento da Mexicana.

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Redução de prejuízo da Embraer em 86,2% chama atenção do mercado financeiro

O mercado financeiro viu com bons olhos o balanço da Embraer divulgado no dia 7 de maio. Nele, a companhia aponta que registrou um prejuízo líquido ajustado de R$ 63,5 milhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24), uma redução de 86,2% em comparação ao prejuízo de R$ 460,5 milhões no mesmo período do ano anterior. A empresa também divulgou suas projeções para 2024.

De janeiro a março, considerando o resultado atribuído aos acionistas, a Embraer apresentou um lucro de R$ 142,7 milhões, ante lucro de R$ 943,6 milhões no primeiro trimestre de 2023.

O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou R$ 233,7 milhões no primeiro trimestre, comparado aos R$ 53,9 milhões do mesmo período do ano anterior.

Assim, a margem Ebitda ajustada foi positiva em 5,3% no período, em comparação com 1,4% positiva um ano antes.

A Embraer entregou 25 jatos no primeiro trimestre, sendo 7 comerciais (3 E1-175 e 4 E2-195) e 18 executivos (11 leves e 7 médios), um aumento de 67% em relação às 15 aeronaves entregues no 1T23.

A receita líquida da Embraer foi de R$ 4,448 bilhões no período de janeiro a março de 2024, um aumento de 19% em relação aos R$ 3,726 bilhões registrados no 1T23. “Destaque para a Aviação Executiva, com crescimento de 2,6 vezes durante o período (de R$ 0,5 bilhão no 1T23 para R$ 1,2 bilhão no 1T24)”, informou a empresa.

A unidade de defesa e segurança teve uma queda de 21% no período, com receita de R$ 400 milhões. Na unidade de aviação comercial, a receita totalizou R$ 1 bilhão, uma redução de 3,5% em relação ao ano anterior. Em serviços e suporte, as receitas somaram R$ 1,8 bilhão, um aumento de 7% em relação ao ano anterior.

A carteira de pedidos total da Embraer alcançou US$ 21,1 bilhões no 1T24. Nesta terça (4), os papéis da Embraer negociados no Ibovespa tiveram alta de 2,58%, cotados a R$ 37,68.

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Murilo Melo

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