Alupar (ALUP11): expansão no Chile trará retornos atrativos, diz BTG

A Alupar (ALUP11) anunciou na segunda-feira (03) que ganhou dois dos cinco blocos disponíveis no leilão de transmissão chileno realizado em março de 2024. Os dois blocos somam um capex estimado de US$ 146 milhões e US$ 19 milhões em receitas máximas permitidas (RAP). Os analistas veem boa taxa de retorno, mas com posição neutra frente ao papel.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/07/1420x240-Banner-Home.png

Os blocos adjudicados à Alupar são Ana Maria e Illapa. O bloco Ana Maria tem uma RAP (Receita Anual Permitida) de US$10 milhões e um capex (Despesa de capital) estimado em US$82 milhões, resultando em um índice RAP/capex de 12,8%.

Por sua vez, o bloco Illapa possui um RAP de US$ 9 milhões e um capex estimado em US$64 milhões, com um índice RAP/capex de 14%.

O BTG Pactual projeta uma taxa de retorno de 12,4% para Ana Maria e 14,6% para Illapa, adicionando aproximadamente R$ 145 milhões (US$ 28 milhões) em VPL (Valor Presente Líquido) combinado, ou R$ 0,5/ação. 

“Também consideramos cronogramas de capex de 16% em 2024, 17% em 2025, 39% em 2026 e 28% em 2027 para Ana Maria, e 16% em 2024, 16% em 2025, 37% em 2026 e 31% em 2027 para Illapa. Os retornos poderiam ser maximizados via re-alavancagem a spreads mais atrativos”, afirma o BTG. 

Os dois novos projetos no Chile da Alupar se somam às outras três linhas de transmissão recentemente ganhas pela companhia no Peru, Chile e Colômbia, totalizando um capex estimado de US$ 270 milhões até 2027 e US$ 36 milhões em RAP.

“A expansão da Alupar no mercado de transmissão de energia na América Latina demonstra seu compromisso com o crescimento sustentável e a diversificação geográfica. Com investimentos significativos e retornos projetados atraentes, a empresa está bem posicionada para fortalecer sua presença no setor e oferecer valor contínuo aos seus acionistas”, avaliou o BTG, que mantém recomendação neutra para as ações, com preço-alvo de R$ 31, ante os R$ 29,36 negociados hoje na Bolsa.

Alupar: “Expansão no Chile foi movimento positivo”, diz Safra

Segundo o Safra, o avanço da Alupar na América Latina é positivo por trazer diversificação ao portfólio da empresa e expandir suas operações. 

“Lembramos que a empresa não deve antecipar o início das operações, pois o período de  concessão é fixado em 25 anos e não permite a captura de receitas adicionais. Além disso, como o capex deve ser concentrado em 2026 e 2027, não vemos pressão significativa sobre a alavancagem neste momento”, diz o Safra. 

O banco projeta uma TIR (Taxa de Retorno) de 10,4% em dólares, que podem ser maiores se forem consideradas margens Ebitda mais altas (até 90%), um prazo adicional para amortização da dívida e um menor custo dela.

Neste contexto, o Safra tem uma classificação neutra para os papéis da Alupar, pois a empresa negocia próximo ao seu valor justo. O preço-alvo é de R$ 33,60.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop.jpg

Empresa registrou lucro de R$ 153,9 milhões no 1T24

A Alupar registrou lucro líquido de R$ 153,9 milhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 6,8% em relação a igual período de 2023. Na base IFRS, o lucro da empresa totalizou R$ 254,9 milhões, alta de 10,5%, em base anual de comparação.

De janeiro a março, o Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, da sigla em inglês) regulatório da Alupar no 1T24 alcançou R$ 669,2 milhões, uma ligeira redução de 0,5%. O Ebitda IFRS do primeiro trimestre foi de R$ 811,8 milhões, alta de 0,02% em base anual de comparação.

A receita regulatória do balanço da Alupar somou R$ 791,4 milhões no trimestre, redução de 0,5% em comparação com a observada no primeiro trimestre de 2023. Já a receita IFRS alcançou R$ 996,5 milhões, redução de 0,7%. Essa oscilação nas receitas reflete as variações do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) e do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), pelos quais as receitas da companhia são corrigidas.

No caso do faturamento regulatório, o IGPM, que teve variação negativa, é aplicado a cerca de 35% dos contratos, enquanto o IPCA, que oscilou positivamente tem efeito sobre os outros 65%. “No final, um acabou compensando o outro”, explicou o superintendente Relações com Investidores da Alupar, Luiz Coimbra.

A dívida líquida da Alupar encerrou o trimestre em R$ 8,734 bilhões, montante 0,1% superior ao observado um ano antes. A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda regulatório, ficou 0,2 ponto porcentual (p.p.) menor, em 3,3 vezes.

Desempenho anual das ações da Alupar

Cotação ALUP3

Gráfico gerado em: 04/06/2024
1 Ano

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

Vinícius Alves

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno