Oi (OIBR3): TIM e Telefônica manifestam interesse em adquirir a Oi Móvel

A TIM Participações (TIMP3) e a Telefônica Brasil (VIVT3) manifestaram, nessa terça-feira (10), o interesse em iniciar negociações para adquirir a Oi Móvel, unidade de negócios da Oi (OIBR3).

Em fato relevante divulgado, a TIM e Telefônica estariam interessadas em adquirir a divisão de telefonia celular do Grupo Oi. Confira o fato relevante na integra:

Segundo o fato relevante, a TIM e a Telefônica ficariam com uma parcela do negócio, caso esse se concretizasse. Além disso, o documento indica como “a transação, se concretizada, criará valor a nossos acionistas e clientes através de maior crescimento, geração de eficiências operacionais e melhorias na qualidade do serviço. Além disso, contribuirá para o desenvolvimento da competitividade do setor de telecomunicações brasileiro”.

O presidente da TIM, Pietro Labriola, informou em um comunicado interno que a negociação será longa e sujeita à revisão dos órgãos reguladores do mercado das telecomunicações no Brasil. Entretanto, segundo o executivo italiano, esse será um passo importante para a operadora e pede foco da equipe na manutenção dos objetivos estratégicos da companhia telefônica.

Recuperação judicial

A Oi está em recuperação judicial desde junho de 2016 vem trabalhando para vender o máximo de ativos não estratégicos possíveis para reforçar seu caixa. A empresa está sendo liderada por Rodrigo Abreu há aproximadamente um mês.

As duas maiores operações da Oi com este intuito foram a negociação da venda da angolana Unitel por US$ 1 bilhão (cerca de R$ 4,6 bilhões na cotação atual), e a captação de R$ 2,5 bilhões por meio de títulos de dívidas.

Saiba mais: Fusão entre TIM e Oi pode sair do papel, diz BTG

Em meados de 2019 a operadora brasileira foi disputada entre a gigante norte-americana AT&T e a chinesa China Mobile. O CEO da operadora dos EUA, Randall Stephenson, chegou a visitar o Brasil e a se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro, além de ministros e deputados. Entretanto, ambas as propostas não avançaram.

BTG indicou possível fusão entre Oi e Tim

Em setembro de 2019 a aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 79/2016 levou o banco BTG Pactual a divulgar um relatório onde indicava a possibilidade de fusão ou acquisição da Oi pela TIM.

Segundo o BTG Pactual, “a Oi é um ativo estratégico para os investidores que desejam entrar ou expandir a sua presença no mercado brasileiro de telecomunicações”.

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Os analistas do banco Carlos Sequeira, Bernardo Teixeira e Osni Carfi disseram que, movido pelas suas “ultra-sinérgicas” redes e servições, a possibilidade de fusão entre aumentou consideravelmente.

Quanto custa a operadora

Pelas estimativas do BTG, em uma das possíveis situações, caso o múltiplo justo da Oi for considerado 5,5 vezes o valor da empresa sobre o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), e assumindo que esta métrica esteja avaliada em R$ 5,5 bilhões, o valor da empresa soma R$ 30 bilhões.

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Neste cenário, o patrimônio líquido da Oi seria de R$ 12 bilhões (R$ 2 por ação), possuindo uma dívida líquida de R$ 18 bilhões. Portanto, o valor patrimonial seria de R$ 17,7 bilhões, ou R$ 3 por ação.

Já com um Ebitda de R$ 6 bilhões, com o mesmo múltiplo de 5,5 vezes, o valor da Oi subiria para R$ 33 bilhões, com um patrimônio de R$ 15 bilhões. Isso equivalente a R$ 2,50 por ação. Utilizando a dívida líquida reportada pela companhia, nessas premissas, patrimônio por ação seria de R$ 3,40, afirmam os analistas.

Carlo Cauti

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