Gerdau (GGBR4): BTG vê esforço para retomada de rentabilidade e recomenda compra das ações

Após um encontro com executivos da Gerdau (GGBR4), o BTG Pactual, em seu último relatório sobre a empresa, reiterou recomendação de compra para as ações (preço-alvo de R$ 25). Para o banco, a Gerdau já está trabalhando em uma série de medidas de corte de custos para restaurar os níveis de lucratividade. 

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“Acreditamos que atingimos níveis mínimos em termos de lucratividade no Brasil, com margens de Ebitda próximas dos níveis históricos mais baixos de 8-9% (em comparação com os níveis de ciclo médio de 18-20%”, comenta o BTG. 

A gestão da Gerdau tem a estimativa de restaurar as margens Ebitda da unidade brasileira para níveis mais normalizados (potencialmente mais próximos de 15%). A gestão também reforçou que cerca de 2/3 do programa de corte de custos será focado no Brasil (aproximadamente R$ 1 bilhão). 

Nos EUA, segundo analistas, os resultados continuam sustentados em um nível elevado, com spreads de metal saudáveis e uma perspectiva de demanda sólida. Agora,  a América do Norte responde por quase 2/3 da geração de Ebitda da empresa. “A Gerdau continua sendo negociada como se fosse uma operação puramente brasileira (pares nos EUA negociam a 7-9x EBITDA, enquanto a Gerdau negocia perto de 4x) — uma disparidade de valorização injustificada”, pontua o banco.

“Vemos uma desvantagem muito limitada para a ação nos níveis atuais e esperamos um contínuo impulso saudável nos lucros à frente. Vemos a ação negociando a 4,1x Ebitda, com yields de FCF (Fluxo de Caixa Livre) perto de 9-10%”, acrescentam os analistas.

Lucro da Gerdau desaba 47,9% no balanço do 1T24

A Gerdau informou que finalizou o primeiro trimestre de 2024 (1T24) com um lucro líquido ajustado de R$ 1,25 bilhão, marcando uma queda acentuada de 47,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com os três meses imediatamente anteriores, a siderúrgica conseguiu recuperação de 70,1%.

Segundo a companhia, o 1T24 da Gerdau ainda reflete o excesso de oferta de aço no mercado global, resultando em um ambiente de preços internacionais desafiador. “A alta penetração de produtos importados segue comprometendo os volumes de vendas de aço, principalmente no mercado brasileiro”, acrescentou a siderúrgica no balanço.

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No entanto, a companhia aponta também que esse impacto foi parcialmente compensado pelos esforços de redução de custos e pelo desempenho positivo das unidades na América do Norte e de aços especiais.

No período de janeiro a março, a receita líquida da Gerdau alcançou R$ 16,21 bilhões, uma queda de 14,1% em relação ao ano anterior, mas um aumento de 10,2% em comparação com os três meses anteriores.

Ebitda da Gerdau, que representa o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização, totalizou R$ 3,48 bilhões, uma queda de 30,5% em relação ao ano anterior, apesar do ganho de R$ 808 milhões com a venda das participações nas joint ventures.

Desconsiderando esse ganho, o Ebitda ajustado ficou em R$ 2,82 bilhões, marcando uma queda de 34,9% em comparação com o mesmo período de 2023. A margem Ebitda ajustada da Gerdau no 1T24 foi de 17,4%, em comparação com os 22,9% registrados um ano antes.

No relatório de resultados, a Gerdau informou que a melhora na rentabilidade sequencial reflete a retomada dos volumes de vendas, principalmente na operação da América do Norte, bem como uma maior participação de vendas domésticas no Brasil.

“Além disso, a companhia segue implementando uma série de iniciativas para adequar sua estrutura ao cenário atual de negócios”, afirmou a Gerdau.

A empresa produziu 3,09 milhões de toneladas de aço bruto, um aumento de 3,4% em relação ao mesmo período do ano passado, e a taxa de utilização da capacidade aumentou para 74%, representando um aumento de dez pontos percentuais em relação ao trimestre anterior. No entanto, as vendas da Gerdau diminuíram 8,6%, totalizando 2,72 milhões de toneladas.

O custo das vendas alcançou R$ 13,791 bilhões no período, redução de 9,5% na comparação anual e 5,4% a mais frente ao trimestre anterior. Segundo a Gerdau, o resultado foi influenciado pelo incremento das vendas de aço e o encarecimento de insumos importantes como sucata e carvão.

Desempenho da Gerdau no Brasil

No Brasil, a produção de aço bruto nos três primeiros meses de 2024 somou 1,367 milhão de toneladas, valor 8,7% maior na relação anual e 11,7% superior na comparação sequencial.

As vendas de aço no Brasil foram de 1,3 milhão de toneladas, valor 1,8% maior ante um ano e 2,4% superior ao trimestre anterior. Deste total, 1,044 milhão foi comercializado no mercado interno, 4% menor na comparação anual, mas 8,3% superior sequencialmente. Já as exportações somaram 255 mil toneladas, 34,2% superior ante um ano e 16,4% inferior na relação trimestral.

Por segmentação de produto, as vendas nacionais de aços longos somaram 852 mil toneladas, 2% superior na comparação anual e 5,8% maior na relação trimestral. Em aços planos, o volume é de 447 mil toneladas no período, avanço de 1,1% ante um ano e recuo sequencial de 3,7%.

De acordo com a Gerdau, apesar do aumento no nível de comercialização nas operações nacionais, a entrada expressiva de aço importado permanece como um desafio para o setor, principalmente para o segmento de aços planos.

A empresa informou que tem mantido o foco no mercado doméstico, por meio de produtos de maior valor agregado.

Com relação aos aços longos, a Gerdau informou que o aumento nas vendas foi impulsionado, principalmente, por vendas de concreto armado e indústria. “Em planos, destaque para o maior volume de chapas grossas”, acrescentou a companhia.

Desempenho anual das ações da Gerdau

Cotação GGBR4

Gráfico gerado em: 19/05/2024
1 Ano

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Vinícius Alves

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