Dólar salta 1,75% na semana, com Copom, inflação dos EUA e Fed no radar; o que esperar dos próximos dias?

O dólar encerrou essa sexta-feira (10) com valorização de 1,01% frente ao real, cotado a R$ 5,1428. Na semana, o avanço da moeda dos Estados Unidos foi de 1,75%.

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Segundo Diego Costa, head de câmbio para o norte e nordeste da B&T Câmbio, o preço do dólar retornou para o patamar entre R$ 5,10 e R$ 5,20, diante das incertezas sobre a política fiscal brasileira e da política monetária dos Estados Unidos.

Na semana anterior, duas notícias tinham impactado de maneira positiva a favor do real. Uma delas foi que a agência de classificação de risco Moody’s melhorou sua perspectiva para a nota de crédito do Brasil, que passou de estável para positiva. Além disso, destaca-se também o relatório do Payroll, que ficou muito abaixo das expectativas do mercado, o que fez com que a cotação do dólar caísse para R$ 5,05.

“Com a esperança de uma desaceleração da inflação nos EUA, o sentimento em relação aos mercados emergentes melhorou, levando os investidores a assumirem mais riscos”, diz Costa.

Por outro lado, depois da decisão de juros do FOMC, os dirigentes do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA), voltaram a se pronunciar, com a posição, de maneira unânime, de que não é o momento para flexibilizar a política monetária, gerando tensão aos mercados.

O que esperar do dólar na próxima semana?

A decisão mais dividida entre os membros do Copom em relação à Selic acabou pressionando o real frente a movimentação do dólar, elevando a incerteza sobre a postura do Banco Central no futuro, sobretudo quando a ala que queria um corte de 0,50% formar maioria.

“Por enquanto, os investidores evitam aumentar suas exposições em moedas de risco. A queda de hoje pode ser atribuída a um movimento de ajuste e realização de lucros no mercado, após o pico de alta de ontem (10)”, diz Costa.

Para o especialista, diversos indicadores econômicos no Brasil e no exterior devem “testar” essas expectativas para o dólar na próxima semana. Por enquanto, ele acredita que não devem acontecer grandes mudanças, de forma que a taxa de câmbio deve continuar nessa faixa.

Para a próxima semana, espera-se uma agenda movimentada, com os investidores aguardando eventos como o Boletim Focus, o anúncio da Ata do Copom e uma prévia do PIB brasileiro.

Já nos Estados Unidos, a expectativa está em torno do anúncio dos novos dados sobre a inflação, assim como de vendas no varejo. Assim, novos pronunciamentos devem ser realizados por membros do Federal Reserve (Fed), com destaque para Jerome Powell, presidente do Banco Central dos EUA, o que também pode movimentar o dólar.

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João Vitor Jacintho

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