Unipar (UNIP6) vê lucro despencar 78% no 1T24, para R$ 56 milhões

O lucro líquido da Unipar Carbocloro (UNIP6) despencou 78% nos três primeiros meses deste ano (1T24) em comparação com os R$ 253 milhões registrados no mesmo período do ano passado (1T23), atingindo a marca de R$ 56 milhões. Os números foram divulgados ao mercado em balanço nesta quinta-feira (9).

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A empresa, que é produtora de cloro, soda e PVC na América do Sul, também viu a receita líquida cair 26% no período de janeiro a março, totalizando R$ 1,17 bilhão. O Ebitda ajustado da Unipar no 1T24, que representa o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização, acompanhou essa tendência, com uma retração de 56%, alcançando R$ 232 milhões, segundo o documento.

A Unipar diz que dois fatores foram determinantes para esses resultados: o impacto do cenário global na indústria petroquímica e a crise econômica na Argentina, onde a companhia possui operações industriais importantes.

Além disso, explica a Unipar no balanço do 1T24, enquanto as unidades no Brasil viram um aumento na utilização da capacidade, as operações na Argentina foram prejudicadas pela paralisação da fábrica em Bahía Blanca, causada por condições climáticas adversas no final do ano passado.

A margem Ebitda ajustada no trimestre, conforme balanço, ficou em 20%, abaixo dos 33% registrados no ano anterior, mas houve uma recuperação de 1 ponto percentual em relação ao quarto trimestre de 2023 (4T23). Os preços da soda cáustica e do PVC do balanço da Unipar permaneceram pressionados, com uma leve variação positiva em comparação com o final do ano passado.

As despesas gerais e administrativas consolidadas totalizaram R$ 119 milhões no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 13% em relação ao trimestre anterior e 14% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Apesar desses desafios, o balanço aponta que houve um aspecto positivo: o resultado financeiro líquido da companhia foi de R$ 6 milhões no 1T24, uma melhora significativa em relação às perdas financeiras do mesmo período de 2023, que registraram uma redução de 75%.

No entanto, ao final do trimestre, a Unipar registrou uma dívida líquida de R$ 351 milhões, em contraste com uma dívida líquida negativa de R$ 94 milhões no 4T23. Essa reversão, segundo a empresa, pode ser explicada pelos pagamentos típicos desse período do ano, sobretudo em dezembro, e pelos investimentos mais elevados que a companhia diz realizar nos últimos meses, estando no maior ciclo de investimentos de sua história.

Ao chegar a 31 de março, o saldo das contas caixa e equivalentes de caixa e aplicações financeiras da Unipar era de R$ 2,261 milhões. “A geração de caixa operacional da companhia, no 1T24, incluiu o pagamento no Brasil e Argentina de despesas com recorrência e abrangência anual, no valor total de R$ 99 milhões. Excluindo-se este efeito, a geração operacional de caixa do 1T24 teria sido positiva, mesmo frente aos desafios relacionados a eventos climáticos e fluxo recorde de importados no mercado brasileiro enfrentados no período”, diz a empresa.

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Unipar troca comando da empresa e planeja investimento bilionário em tecnologia

A Unipar trocou de liderança em abril deste ano, segundo informações da empresa. Mauricio Russomanno, que assumiu a presidência da companhia em janeiro de 2020, foi substituído por Rodrigo Cannaval, que ocupava o cargo de diretor executivo industrial nos últimos quatro anos.

Tanto Cannaval quanto Russomanno têm uma trajetória semelhante dentro da Unipar, tendo ocupado anteriormente a posição de diretor de operações e industrial antes de assumir cargos de liderança na petroquímica.

Com a mudança, a companhia quer como objetivo principal focar na melhoria da eficiência das operações existentes e também em possíveis ativos que possam ser adquiridos no futuro.

Além disso, o novo CEO da Unipar precisa liderar a modernização tecnológica da empresa. A Unipar disse, em fevereiro deste ano, que está se preparando para lançar um dos maiores ciclos de investimento de capital (capex) de sua história, com planos de investir mais de R$ 1 bilhão na modernização de suas plantas nos próximos dois anos.

Entre os principais projetos já anunciados está a substituição das tecnologias de mercúrio e diafragma por membrana na produção de cloro e soda, conforme a empresa. Essa mudança não apenas deve impulsionar a eficiência operacional da Unipar, mas também fortalecer o compromisso da empresa com práticas sustentáveis.

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Murilo Melo

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