Petrobras (PETR4) vai comprar a Braskem (BRKM5)? Entenda
O presidente da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates, deu declarações indicando que a estatal pode avançar em aquisições na Braskem (BRKM5), sendo que a Novonor está vendendo a sua fatia na petroquímica.
O presidente da Petrobras esteve presente no evento Offshore Technology Conference (OTC), em Houston (TX), nos EUA. Na ocasião, em entrevista ao site epbr, o executivo declarou que a estatal segue “olhando o processo”.
Jean Paul Prates não cravou qual deve ser o movimento em específico, mas que ele pode ser de um farmout – em que a Petrobras compraria e venderia posteriormente uma fatia societária da companhia – ou de uma aquisição de ações.
Nesse sentido, haveria a possibilidade de a Petrobras virar dona de 50% da Braskem (BRKM5). Atualmente a estatal detém uma fatia de 36% do capital social total e 47% do capital votante.
“Essa é a nossa chance também de colocar no mínimo o co-controle dessa empresa, que é muito importante para nós, e na nossa visão de gestão atual, liderada inclusive pelo presidente Lula”, disse o CEO da Petrobras.
Além disso, declarou que a companhia “está olhando o processo da Braskem como uma oportunidade, de igualar com quem vier, de ficar 50-50”, em alusão à uma participação de 50% na companhia.
“A partir daí teríamos uma empresa revitalizada, renovada. Para isso precisamos que o sócio tenha capacidade financeira indiscutível e uma capacidade técnica e identidade no mínimo igual ou maior que a nossa”, disse.
“O movimento pode ser, não havendo comprador, a gente pode até eventualmente fazer a aquisição e sair de novo, fazer um farm out, digamos assim, de participação nós mesmos. Ou podemos obviamente assistir a todo esse processo, participar dele, e não exercer a opção em função do sócio ser adequado e das proporções e dos acordos serem satisfatórios para nós”, acrescentou o executivo.
O M&A, que se arrasta a anos, contou recentemente com a desistência da Empresa de Petróleo de Abu Dhabi (ADNOC) – o que afetou negativamente a Braskem e causou uma desvalorização de mais de 15% das ações da empresa em um só pregão.
“Estamos olhando o processo, e temos a posição confortável de ser os últimos a nos pronunciar. O fato de a ADNOC ter desistido pode ter a ver com outras aquisições recentes que eles fizeram. Nós vamos continuar nos comunicado e iremos assistir os demais proponentes”, disse.
Segundo Prates, até então ‘nenhum dos proponentes é ruim’, em se tratando das ofertas que foram feitas até agora. “Cabe ao vendedor, que é a Novonor, e aos bancos que são credores, decidir sobre isso. A gente está deixando isso completamente livre”.
Pronunciamento da Petrobras
Após a entrevista ser divulgada, a Petrobras (PETR4) emitiu um comunicado ao mercado sobre o tema.
No documento, arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a estatal “informa que não há qualquer decisão tomada em relação à Braskem, seja no sentido de exercer o direito de preferência, o tag along ou a compra da parte da Novonor na companhia”.
“A Petrobras reitera que decisões sobre investimentos e desinvestimentos são pautadas em análises criteriosas e estudos técnicos, em observância às práticas de governança e aos procedimentos internos aplicáveis. A companhia reforça o seu compromisso com a ampla transparência e informa que fatos relevantes serão divulgados ao mercado”, diz o comunicado.
As ações da Petrobras sobem 0,34% no pregão desta quinta-feira (9), na contramão do Ibovespa, que afunda 1,3% após o corte da Selic feito na véspera pelo Comitê de Política Monetária (Copom), de 0,25 ponto percentual (p.p.).