Radar: GPA (PCAR3) aumenta prejuízo no 1T24, Carrefour (CRFB3) reverte perdas com lucro de R$ 39 milhões e ganhos de Engie (EGIE3) superam expectativas
O Grupo Pão de Açúcar, o GPA (PCAR3), registrou um prejuízo líquido de R$ 407 milhões referente às operações continuadas no primeiro trimestre de 2024 (1T24), com aumento de 27,59% nas perdas ao se comparar com igual etapa de 2023, quando esse prejuízo foi de R$ 319 milhões.
O resultado do GPA é atribuído principalmente à adesão ao programa de quitação de débitos de ICMS do governo de São Paulo. Isso teria permitido uma diminuição de cerca de 80% para quitar as contingências que totalizavam R$ 3,6 bilhões.
Além disso, o GPA também destaca o impairment depois da venda de sua sede administrativa, que somou um montante de R$ 218 milhões. Outro ponto colocado foi o “não reconhecimento de créditos IR/CSLL”, que somaram apenas R$ 15 milhões.
Desconsiderando essas questões, o resultado do Grupo Pão de Açúcar somaria um prejuízo de R$ 194 milhões no primeiro trimestre de 2024, menor que o prejuízo de R$ 304 milhões registrado no mesmo período de 2023.
O prejuízo líquido controladores consolidado, ou seja, aquele que considera tanto as operações continuadas quanto as descontinuadas, foi de R$ 660 milhões, mais que o dobro do prejuízo registrado no primeiro trimestre do ano passado.
Conforme novo balanço do GPA, o Ebtida ajustado da companhia atingiu a marca de R$ 372 milhões no 1T24, mostrando crescimento de 71,1% na base anual. Já a margem Ebtida passou a ser de 8,1%, com alta de 2,9 pontos percentuais (p.p.) sobre os 5,2% registrados um ano antes.
Além de GPA, confira outros destaques desta terça-feira:
Carrefour (CRFB3) reverte prejuízo e lucra R$ 39 mi no 1T24
- O Carrefour (CRFB3) reportou lucro líquido de R$ 39 milhões, revertendo prejuízo de R$ 113 milhões de um ano antes. No conceito ajustado, o lucro foi de R$ 52 milhões e reverteu prejuízo de R$ 375 milhões. O Ebitda ajustado, por sua vez, foi de R$ 1,418 bilhão, alta de 36,6%. Já a receita líquida foi de 24,8 bilhões, com alta de 1,8%.
- O lucro bruto do Carrefour no 1T24 foi de R$ 5,047 bilhões, alta de 5,1% na comparação anual, com margem bruta de 20,3%, alta de 0,6 ponto porcentual. A companhia apresentou melhora de margem bruta em todos os nossos negócios, exceto o varejo, no qual experimenta uma nova dinâmica de preços e viu a margem bruta cair 0,7 ponto porcentual.
- As despesas com vendas, gerais e administrativas totalizaram R$ 3,6 bilhões, uma queda de 3,7%. Segundo a companhia, esse foi o resultado de iniciativas de redução de custos e captura de sinergias com a integração do Grupo BIG. As despesas SG&A representaram 14,7% das vendas líquidas do Carrefour, 85 pontos base a menos do que um ano atrás.
- O CEO do Grupo, Stephane Maquaire afirmou que a companhia deve seguir apresentando alta de vendas, visto que a inflação alimentar voltou ao campo positivo. Em sua visão, isso deve trazer altas sequenciais nas vendas em mesmas lojas do Atacadão. No total, as vendas dessa divisão de negócios tiveram alta de 6.6%, com mesmas lojas crescendo 1,8% e mais 4,5% de crescimento vindo da expansão.
Engie (EGIE3): lucro supera expectativas e chega aos dez dígitos
- A Engie (EGIE3) reportou um lucro líquido de R$ 1,6 bilhão referente ao primeiro trimestre de 2024 (1T24). O resultado foi divulgado pela companhia nesta terça-feira (7), após o fechamento do mercado.
- Com isso, a última linha do balanço da Engie ficou acima das expectativas do mercado, dado que o consenso Bloomberg projetava um lucro de R$ 1,12 bilhão.
- A administração justificou o desempenho com o resultado positivo de alienação de participação societária em controlada em conjunto de R$ 891 milhões, além da redução de R$ 249 milhões no Ebitda ajustado e o efeito positivo de R$ 195 milhões do resultado financeiro líquido.
- Por fim, também destacou o aumento de R$ 17 milhões do imposto de renda e da contribuição social.
- Apesar disso o lucro da Engie no quesito ajustado ficou em R$ 793 milhões, representando queda de 10% em relação a igual etapa do ano anterior.
- Conforme justificado pela administração, esse recuo se deu pela venda da Usina Termelétrica Pampa Sul, em maio de 2023, e também pela alienação parcial da participação na Transportadora Associada de Gás (TAG) feita em janeiro desse ano.
- O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da Engie no 1T24 ficou em R$ 3,16 bilhões, representando um aumento de 43% na base anual.
- O Ebitda ajustado, por sua vez, caiu 12%, para R$ 1,81 bilhão, mas ainda ficando acima da projeção do consenso Bloomberg, que era de R$ 1,71 bilhão.
- Conforme o resultado da Engie, a receita líquida da companhia no trimestre foi de R$ 2,6 bilhões, levemente acima das expectativas do consenso do mercado, que mirava R$ 2,54 bilhões.
- O número representa um recuo de 10,4% em relação à receita líquida registra em igual período do ano anterior.
Odontoprev (ODPV3): lucro sobe 5% no 1T24; empresa anuncia dividendos de R$ 73 milhões
- A Odontoprev (ODPV3) lucrou R$ 146,7 milhões nos três primeiros meses do ano (1T24), registrando um aumento de 5% comparado ao período correspondente do ano anterior (1T23), segundo números divulgados no balanço da companhia nesta terça-feira (7). A empresa de planos odontológicos, líder no setor na América Latina, é responsável pelas marcas Bradesco Dental, Prívian, Odonto System, Mogidonto e Dental Partner.
- No mesmo período de avaliação, o resultado bruto da Odontoprev no 1T24 alcançou R$ 194,8 mi, superando os R$ 171,1 mi obtidos no 1T23 em cerca de 13,8%. Já a entrada financeira aumentou em 10,7%, totalizando R$ 554,5 milhões. O rendimento proveniente do setor corporativo cresceu 5,9%, enquanto o segmento de pequenas e médias empresas teve um incremento de 7,1%. Em contraste, a receita dos planos individuais teve uma queda de 5%, segundo a companhia.
- O Ebitda da Odontoprev no 1T24, que representa o valor do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, atingiu R$ 206,9 milhões, redução de 8,6% em relação ao ano anterior. Durante o trimestre, a empresa registrou um aumento líquido de 16 mil associados, totalizando 8,6 milhões de beneficiários. Os gastos administrativos aumentaram em 14,9%, atingindo a marca de R$ 90 milhões.
- A receita de venda de bens e serviços no 1T24 da Odontoprev totalizou R$ 554,5 milhões, representando um aumento significativo em comparação com os R$ 500.893 registrados no 1T23, o que equivale a um crescimento de aproximadamente 10,7%.
- Essa tendência ascendente também foi observada nas vendas de bens e serviços, conforme a Odontoprev, que atingiram 13.871 unidades no primeiro trimestre deste ano, em comparação com as 11.056 unidades vendidas no 1T23, denotando um aumento de cerca de 25,5%.
- Por fim, a empresa diz que o lucro consolidado do período também demonstrou uma evolução positiva em aproximadamente 5,0%, alcançando R$ 146 milhões no 1T24, em comparação com os R$ 139,6 milhões registrados no 1T23.
Telefônica (VIVT3) tem lucro 7,3% maior, a R$ 896 milhões; veja os resultados do 1T24
- A Telefônica (VIVT3) registrou um lucro líquido de R$ 896 milhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24), conforme novo balanço trimestral divulgado nesta terça-feira (7).
- Em relação ao mesmo período do ano passado – primeiro trimestre de 2023 – o resultado da Telefônica mostra um aumento de 7,3%. O lucro por ação (EPS) foi de R$ 0,54 no 1T24, enquanto no 1T23 tinha sido de R$ 0,50.
- A receita operacional líquida da Telefônica totalizou R$ 13,546 bilhões, com crescimento anual de 6,5%. Esse crescimento é atribuído principalmente ao forte desempenho da receita de serviço móvel, que cresceu 9,3% no primeiro trimestre deste ano quando se compara com o valor registrado no 1T23.
- Conforme novo balanço da Telefônica, a receita fixa teve um crescimento de 1,6% na comparação anual, de modo que um dos destaques foi o aumento anual de 14,7% na receita de FTTH.
- O Ebitda da companhia durante o 1T24, que representa o lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização, somou R$ 5,277 bilhões, registrando um aumento de 6,8% na comparação com o primeiro trimestre de 2023.
- Já a margem Ebitda teve um acréscimo de 0,1 ponto percentual (p.p.) na comparação anual, chegando em 39% ao final do primeiro trimestre deste ano.
- A companhia atribui esse resultado da Telefônica no 1T24 ao aumento da receita gerada a partir de serviço móvel e também à prática de controlar os custos.
TIM (TIMS3) aumenta lucro no 1T24, mas ações caem forte hoje. O que preocupou os analistas no balanço?
- A TIM (TIMS3) anunciou um lucro líquido normalizado de R$ 519 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T24). Para os analistas, os resultados ficaram em linha com a estimativa – porém, o lucro líquido ficou aquém do desejado.
- Nesta terça-feira (07), as ações da TIM caem 6,20%, cotadas a R$ 17,40.
- O Citibank diz que o resultado do lucro líquido da TIM foi ligeiramente influenciado por um capex maior que o previsto e aumento das despesas financeiras. Para o banco, o leasing continua a pesar sobre as despesas financeiras e mostrou outro aumento sequencial para R$ 342 milhões, ante R$ 325 milhões do quarto trimestre de 2023.
- “Como resultado, o lucro líquido da TIM no 1T24, de R$ 519 milhões (+19% ante um ano e -28% ante o trimestre anterior), ficou ligeiramente abaixo de nossas estimativas, apesar dos resultados operacionais em linha”, afirmam.
- O número também é inferior à estimativa do Safra em cerca de 8%. “A diferença em relação à nossa estimativa foi principalmente devido aos resultados financeiros mais altos, que foram impactados por itens não monetários no trimestre”, diz o banco.
Vale (VALE3): UBS vê ‘bom risco-retorno’ e eleva recomendação para compra
- Em revisão sobre a sua tese, analistas do UBS elevaram sua recomendação para Vale (VALE3) de neutro para compra.
- A visão dos analistas, agora, é de que a relação risco-retorno das ações da Vale é positiva. Com isso, o preço-alvo da Vale foi elevado de US$ 13 para US$ 15, considerando as ADRs listadas em Nova York.
- Os especialistas chamam atenção para o fato de a VALE3 estar com uma performance abaixo dos seus pares e do índice, caindo 28% desde o início do ano de 2024.
- “Embora continuemos preocupados com os fundamentos do minério de ferro médio prazo e vemos desvantagens no preço à vista, acreditamos que o risco-retorno para a Vale melhorou com forte desempenho operacional em abril e alguns das principais preocupações ESG definidas”, diz a casa.
- “Estimamos que a Vale gere um rendimento de fluxo de caixa livre de aproximadamente 10% a um preço do minério de ferro de US$ 100 por tonelada”, completa.
- Nesse sentido, a expectativa é de que a mineradora siga “disciplinada com seu capital e devolva o excesso de caixa aos acionistas”.
Vendas da Tesla (TSLA34) na China encolhem enquanto concorrentes crescem; ações afundam
- As vendas da Tesla (TSLA34) na China caíram em abril, ao passo que os seus rivais chineses informaram vendas mais altas, à medida que o mercado de veículos elétricos do país se recupera de um início lento de ano.
- A fabricante de veículos elétricos dos EUA vendeu 62.167 carros fabricados na China em abril, uma queda de 18% em comparação com o ano anterior, mostraram dados preliminares da Associação de Automóveis de Passageiros da China (CPCA, na sigla em inglês) nesta terça-feira. As vendas da Tesla caíram 30% em relação a março.
- A CPCA estimou que as vendas totais de automóveis elétricos de passageiros na China aumentaram 33% em relação ao ano anterior, para cerca de 800 mil unidades em abril, ou 2% menos que em março.
- A Tesla manteve a sua posição como o segundo maior vendedor de veículos elétricos da China em abril, depois da BYD, que vendeu mais de 300 mil unidades – um aumento de 49% em relação ao ano anterior e de 3,45% em relação a março.
- A BYD, apoiada por Warren Buffett, ultrapassou a Tesla como a maior vendedora mundial de veículos elétricos no último trimestre de 2023.
- A Changan Automobile e a Geely Auto ficaram em terceiro e quarto lugar, com 51.682 e 51.428 veículos vendidos na China, respectivamente.
- A Li Auto vendeu 25.787 unidades em abril, enquanto a Seres, apoiada pela Huawei, vendeu 25.496 unidades.
- A Xiaomi juntou-se ao grupo pela primeira vez depois de lançar o seu primeiro EV em março, registando 7.058 unidades vendidas.
Do GPA à Engie, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.