Ibovespa sobe 1,51%, aos 126 mil pontos, e interrompe sequência de três semanas no negativo; Vale (VALE3) e Itaú (ITUB4) sobem
O Ibovespa fechou em alta de 1,51 % nesta sexta-feira (26) aos 126.526,27 pontos, entre a mínima de 124.650,92 e a máxima de 126.826,13. Na semana, o índice sobe 1,12%. O volume financeiro do dia foi de R$ 19,5 bilhões.
Com leituras favoráveis do IPCA-15 em abril e, nos Estados Unidos, do PCE de março, métrica preferida do BC americano para monitorar os preços ao consumidor, a melhora do humor externo e doméstico contribuiu para que o Ibovespa interrompesse hoje série diária de três leves perdas. O índice fechou a semana no campo positivo. Assim, o índice da B3 superou sequência negativa das três semanas anteriores, limitando a perda do mês, que chega ao fim na próxima terça-feira, a 1,23%.
“Alimentado pelo IPCA-15 abaixo do esperado para abril, a Bolsa teve uma alta como há algum tempo não se via. A inflação segue bem comportada no Brasil, mas há sinais um pouco mistos, com o Roberto Campos Neto presidente do BC tendo enfatizado, recentemente, que o movimento de ajuste na política monetária vai depender muito, daqui pra frente, dos dados de fora, especialmente nos Estados Unidos”, diz Felipe Moura, analista da Finacap. “Tivemos um dia de respiro, de alívio, antes da decisão e da comunicação do Federal Reserve, na próxima semana, sobre a taxa de juros por lá”, acrescenta.
No ano, o índice da B3 ainda acumula perda de 5,71%. Em porcentual, o avanço desta sexta-feira foi o maior desde 8 de abril (1,63%).
Entre os grandes bancos, o Itaú (ITUB4) mostrou alta de 1,67% na sessão e de 2,09% na semana, enquanto Bradesco (BBDC4) subiu hoje 1,61%, avançando 1,76% no mesmo intervalo.
Além disso, houve o acompanhamento das novas declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o andamento dos projetos de regulamentação da Reforma Tributária.
No cenário internacional, os investidores reagiram ao PCE, indicador de inflação nos Estados Unidos, referente ao mês de março, que avançou 0,30%. O número veio em linha com a previsão de analistas.
Além do PCE de março melhor do que se chegou a temer, o IPCA-15, considerado como prévia da inflação oficial do Brasil, foi um fecho estimulante para semana que se aproximava do fim em meio a receios sobre a resiliência da alta de preços ao consumidor nos Estados Unidos, e tendo como pano de fundo a desaceleração econômica indicada na leitura preliminar do PIB americano do primeiro trimestre, divulgada ontem.
Aqui, o IPCA-15 referente a abril contribuiu para fechamento adicional da curva de juros doméstica nesta última sessão da semana, observa Ana Paula Carvalho, sócia da AVG Capital. “Diante desse dado, acredito que o BC continue no ritmo de queda de 0,50 ponto porcentual para a Selic na próxima reunião do Copom, o Comitê de Política Monetária, nos dias 7 e 8 de maio”, acrescenta.
Entre os pesos pesados no Ibovespa, a Petrobras (PETR4) fechou sessão com as ações preferenciais em alta de 0,78%, cotadas a R$ 41,41. As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) tiveram alta de 1,46%, a R$ 43,75. A Vale (VALE3) subiu 0,84%, cotada a R$ 62,74.
Os contratos do petróleo Brent, com vencimento em junho, encerraram o dia com alta de 0,50%, a US$ 88,21 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Na semana, o avanço foi de 1,05%.
A maior alta do Ibov é da Azul (AZUL4), +5,97% a R$ 9,77. MRV (MRVE3), +5,54% a R$ 28,55, e Hypera (HYPE3),+4,67% a R$ 28,45, completam o top-3.
Na parte negativa do índice, destacaram-se Pão de Açúcar (PCAR3), com queda de 2,47% a R$ 2,76; Casas Bahia (BHIA3), com queda de 1,45% a R$ 5,44; e Klabin (KLBN11), com queda de 0,69% a R$ 23,09.
Em dia de subida do Ibovespa, Bolsas de NY também fecham positivo
As Bolsas de Valores dos Estados Unidos fecharam no positivo hoje:
- S&P 500: +1,02%, aos 5.099,82 pontos;
- Dow Jones: +0,40%, aos 38.239,13 pontos;
- Nasdaq: +2,03%, aos 15.927,90 pontos.
As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta sexta-feira (26), após o Banco do Japão (BoJ) deixar sua principal taxa de juros inalterada, levando o iene a renovar mínima em mais de três décadas em relação ao dólar.
Na Oceania, a bolsa australiana sofreu queda significativa ao voltar de um feriado, influenciada em parte pelo setor minerador. O S&P/ASX 200 caiu 1,39% em Sydney, a 7.575,90 pontos. A ação da BHP sofreu um tombo de 4,6%, após a Anglo American rejeitar oferta de compra da mineradora anglo-australiana.
As bolsas europeias fecharam o pregão em alta, com a bolsa de Londres renovando o recorde histórico de fechamento.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,91%, a R$ 5,1163, após oscilar entre R$ 5,1092 e R$ 5,1706. Na semana, moeda recuou 1,60%
Maiores altas e quedas do Ibovespa hoje
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
O que movimentou o Ibovespa hoje?
Hoje, o Ibovespa subiu com um mercado bem mais otimista, refletindo o IPCA-15, que voltou a desacelerar.
“A gente ainda teve o Roberto Campos Neto falando com um discurso um pouquinho mais dovish, mas também citando alguns pontos interessantes e falando sobre as decisões do Banco Central Americano. É a mesma coisa que a gente já vem falando aqui há algum tempo, que todos os presidentes dos bancos centrais estão observando as próximas decisões dos Estados Unidos”, afirma Pedro Marinho Coutinho, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital
Por lá, houve a divulgação do PCE sem novidades, mantendo o mercado otimista, e ajudando na Bolsa, afirma o especialista.
No mercado doméstico, houve uma recuperação muito forte dos ativos cíclicos após os dados positivos de IPCA-15. “Um destaque bom hoje foi a Multiplan (MULT3), que divulgou o resultado com um crescimento de vendas em torno de 11%, crescimento de 9% nas lojas comparáveis e gerenciamento de custos também muito interessante”, destaca Coutinho.
Ainda entre as altas, no índice Ibovespa de hoje teve a MRV (MRVE3) se recuperando na esteira de ativos cíclicos que estão no positivo, assim como Hapvida (HAPV3).
No lado das baixas, figurou o grupo Soma (SOMA3). “O mercado ainda segue com algumas projeções conservadoras em relação ao deal com a Arezzo (ARZZ3), mas não foi uma queda tão relevante”, pontua Coutinho. A Casas Bahia (BHIA3) também caiu refletindo projeções de resultado para o 1T24.
Quanto ao dólar, a moeda americana, que fechou a semana passada na casa dos R$ 5,20, nesta recuou 1%. “Tivemos uma semana com bastante volatilidade para a moeda, mas fechando com uma queda. De fato, ocorreu uma recuperação”, diz o especialista.
Último fechamento do Ibovespa
O Ibovespa encerrou a sessão de ontem (25) com queda de 0,08%, aos 124.645,58 pontos.