Petrobras (PETR4): proposta sobre dividendos já estava prevista por investidores, dizem analistas

Em relatórios após a Petrobras (PETR4) afirmar que a proposta de pagamento de 50% dos dividendos extraordinários não comprometeria a sustentabilidade financeira da empresa, o Itaú BBA e o Goldman Sachs (GSGI34) afirmam que ela já estava prevista pela maioria dos investidores.

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“Na sequência das notícias recentes, acreditamos que a maioria dos investidores já estava a antecipar essa reviravolta na decisão do conselho relativo ao pagamento de 50% da reserva aos acionistas, e o preço das ações parece refletir em grande parte este anúncio. Porém, a possibilidade da empresa pagar os 50% restantes ao longo do ano não foi consenso até agora”, escreve o Itaú BBA.

Ainda de acordo com a casa, a deliberação marca uma reviravolta na decisão do conselho de volta à proposta original da equipe executiva da Petrobras no 4T23, que estava em linha com as expectativas iniciais do mercado naquele momento. “O conselho não apenas concorda agora com a proposta original de pagar 50% da reserva como dividendos extraordinários, mas também discutirá o pagamento dos 50% restantes ao longo do ano”, pontuam os analistas.

Para 2024, o Itaú BBA estima dividendos ordinários de R$ 47 bilhões (dividend yield de 9%), aos quais será adicionado um dividendo extraordinário de R$ 22 bilhões (dividend yield de 4,2%), referente a 50% das reservas de capital. “Caso a Petrobras decida anunciar 100% das reservas como dividendo extraordinário este ano, isso implicará um rendimento de dividendos de 17,4% em 2024”, acrescenta.

O Itaú BBA tem recomendação ‘market perform‘, equivalente à neutra, para as ações da Petrobras, com preço-alvo a R$ 43,00.

Também em relatório, analistas do Goldman Sachs (GSGI34) concordam que o anúncio da Petrobras corrobora o recente fluxo de notícias que apontou para a potencial distribuição de 50%-100% do montante originalmente definido na conta de reservas como dividendos extraordinários.

“Isso pode criar um risco de alta de 4,2-8,5 pontos percentuais (p.p) para o nosso dividend yield base de 12% no ano fiscal de 2024 (que contabiliza apenas os dividendos base de acordo com a política atual de dividendos da Petrobras). Por outro lado, com base nas nossas conversas recentes, alguns investidores já esperavam o pagamento de dividendos extraordinários”, escrevem os analistas do banco.

O Goldman Sachs tem recomendação de ‘compra’ para as ações de Petrobras, com preço-alvo a R$ 44,90 para as ações PETR4 e a R$ 49,40 para as ações PETR3.

Em fato relevante divulgado na última sexta-feira (19), a Petrobras informou que o conselho de administração não vê comprometimento do caixa frente à proposta de distribuição de 50% do montante total barrado no início deste ano.

Em reunião, o conselho analisou a execução do plano estratégico 2024-2028 e os cenários dinâmicos, que envolvem a evolução do preço do barril de petróleo (Brent) e do dólar, e concluiu que os esclarecimentos prestados pela companhia foram satisfatórios e que a proposta de distribuição não comprometeria a sustentabilidade financeira no curto, médio e longo prazo. Além disso, o CA enxergou que a governança fica preservada.

O documento ressalta que a manifestação do conselho não altera a proposta feita pela administração no dia 7 de março. A decisão definitiva será tomada na próxima quinta-feira (25), data da assembleia geral ordinária e extraordinária (AGOE) da Petrobras.

Com relação à parcela remanescente dos dividendos da Petrobras, o conselho irá avaliar ao longo do exercício corrente a possibilidade de distribuição da parcela restante do valor na forma de proventos intermediários.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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