B3 (B3SA3): analistas preveem balanço do 1T24 abaixo do esperado, mas mantêm otimismo para o segundo semestre. Veja por quê
O volume financeiro médio negociado na B3 (B3SA3) no segmento de ações apresentou uma queda de 7,2% em março deste ano em comparação com fevereiro, totalizando um montante de R$ 24,558 bilhões. Para os analistas da XP, a prévia de março veio pior do que o esperado. O balanço do também deve frustrar a expectativa de aumento nos volumes médios negociados em 2024.
“Os resultados operacionais da B3 divulgados em março indicam que o primeiro trimestre continua a apresentar volumes fracos. Isso deve levar a números ruins no 1T24 da B3. De modo geral, ainda esperamos uma atividade mais aquecida para os mercados de capitais no segundo semestre com uma Selic mais baixa”, afirma a XP.
No curto prazo, a XP não vê nenhum gatilho para as ação da B3, mantendo uma visão conservadora para a empresa que administra a Bolsa de Valores, com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 16. Os papéis da B3 são negociados hoje a R$ 11,33.
Na mesma linha, o Safra avalia que as perspectivas de maior velocidade de giro parecem distantes, considerando a baixa atividade nos mercados de capitais globalmente, e um ADTV (“volume médio diário de negociação” na sigla em inglês) mais forte devem depender mais de um aumento no valor de mercado das empresas listadas.
“Assim, esperamos outro conjunto de resultados fracos para o 1T24. No geral, os números de março ficaram ligeiramente abaixo de nossas estimativas. Esperamos que a receita líquida total decline 2% em relação ao trimestre anterior e permaneça estável em relação ao ano anterior, em R$ 2,2 bilhões, o que representa 3% abaixo de nossa previsão oficial”, afirma o Safra que ainda recomenda compra das ações da B3, com preço-alvo de R$ 17.
Embora o momentum dos lucros deva permanecer fraco no primeiro semestre de 2024, o Goldman Sachs mantém recomendação de compra para B3, pois espera um aumento nos volumes de negociação no segundo semestre do ano, apoiado por novos cortes de juros e um cenário macro mais benigno.
“Também vemos a empresa sendo negociada a 13,3x P/E, bem abaixo dos múltiplos de 20x e 25x negociados nos últimos dois ciclos de flexibilização e 40% abaixo dos pares internacionais”, destacam os analistas do Sachs.
B3: volume médio diário no mercado de ações cai 5,6%
O volume financeiro médio negociado na B3 no segmento de ações apresentou uma queda de 7,2% em março deste ano em comparação com fevereiro, totalizando um montante de R$ 24,558 bilhões. Em relação ao mesmo período do ano anterior, a queda foi de 5,6%.
Apesar da queda no volume financeiro na B3, a empresa encerrou o mês com 5,938 milhões de contas na depositária, registrando um avanço de 0,6% em 12 meses. O número de investidores individuais atingiu 5,094 milhões, representando um aumento de 0,6%. A quantidade de empresas listadas permaneceu estável em 443.
A capitalização média de mercado da B3 estava em R$ 4,586 trilhões, apresentando uma queda de 1,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
No segmento de futuros, que engloba juros, moedas e mercadorias, o volume médio diário registrou um aumento de 15,3% na base anual, atingindo R$ 7,287 bilhões. Por outro lado, a receita média por contrato apresentou uma queda de 4,4% em relação ao ano anterior.
No mercado de balcão, as novas emissões de renda fixa da B3 aumentaram 7,2% na comparação anual, totalizando R$ 1,382 trilhão. No entanto, o estoque apresentou uma leve queda de 0,1%, ficando em R$ 6,244 trilhões.
Lucro da B3 cai 8,8% no 4T23
No quarto trimestre do ano passado (4T23), a B3 registrou uma queda de 8,8% no lucro, que totalizou R$ 915,5 milhões. Fatores como a redução da receita e o aumento das despesas, especialmente relacionadas ao processamento de dados, contribuíram para esse resultado, conforme balanço da empresa.
A receita da operadora da bolsa caiu 2,8%, alcançando R$ 2,24 bilhões, refletindo uma movimentação mais fraca no mercado acionário, que impactou negativamente o segmento listado.
Esse segmento, que corresponde a quase 57% da receita total da B3, engloba não apenas ações, mas também instrumentos de renda variável, juros, moedas e mercadorias. A queda de 13,5% na receita desse segmento não pôde ser compensada pelo aumento na receita de outros segmentos de atuação, como balcão e tecnologia, dados e serviços.
Cotação
Nesta terça-feira (16), as ações da B3 caíram 1,33%, cotadas em R$ 11,33.