BRF (BRFS3): ações disparam 10% e lideram altas no Ibovespa; veja o que aconteceu
O JPMorgan elevou a recomendação da BRF (BRFS3) para overweight, equivalente a “compra”, com preço-alvo de R$ 20 após melhora nas perspectivas para o balanço do primeiro trimestre de 2024 (1T24), com aceleração do mercado internacional e rentabilidade no mercado doméstico.
Nesta segunda-feira (15), após o relatório do banco, as ações da BRF reagiram e fecharam em alta de 10,15%, a R$ 17,90, liderando alta no Ibovespa.
O desempenho do segmento internacional é destacado como um dos principais impulsionadores da revisão positiva do JPMorgan para a BRF. Analistas ressaltam que os preços de exportação de aves estão em constante melhoria, conforme apontado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
“O cenário oferta-demanda global tem perspectiva mais equilibrada apoiadas pelas fracas exportações dos EUA. Os mercados do CCG sentem os ventos favoráveis da melhora nas tendências de demanda e consumo”, afirmam os analistas Lucas Ferreira, Froylan Mendez, e Sebastian Hickman, em relatório.
No cenário doméstico, os analistas da JPMorgan avaliam que a rentabilidade deve ser sólida, apoiada por bons preços de alimentos processados e recuperação das margens de aves in-natura, em um contexto de tendências favoráveis de custos.
Dessa forma, o JPMorgan aumentou suas expectativas para o Ebitda da BRF do primeiro trimestre de 2024 em 9,2%, para R$ 1,816 bilhão, superando as estimativas do consenso em 13,3%, com uma margem de 13,5%. Para o ano de 2024, a expectativa é de um Ebitda de R$ 7,439 bilhões, 12% acima do consenso.
BRF reverte prejuízo quase bilionário e lucra R$ 754 milhões
A BRF registrou um lucro líquido de R$ 754 milhões no quarto trimestre de 2023 (4T23). O resultado da BRF mostra uma reversão do prejuízo líquido de R$ 956 milhões registrado no quarto trimestre de 2022, ou seja, mesmo período do ano anterior.
O lucro da BRF foi impactado pelo resultado operacional auferido no 4T23. Nesse sentido, a companhia destacou que o preço da proteína in natura de frango nos mercados internacionais e também no Brasil tiveram uma recuperação, influenciada pela diminuição das despesas associadas à venda de produtos, assim como o efeito sazonal relacionado à campanha de comemorativos.
Além disso, outro fator que influenciou nos resultados da BRF no quarto trimestre do ano passado foi a diminuição das despesas financeiras líquidas, e a hiperinflação na Turquia.
“O resultado consolidado do 4T23 foi impactado pela hiperinflação na Turquia e do ano de 2023 pela hiperinflação na Turquia e pela dívida designada como hedge accounting no 2T23”, explicou o balanço trimestral da BRF.
As receitas líquidas da empresa de frigoríficos totalizaram R$ 14,426 bilhões no último trimestre de 2023, com leve baixa de 2,3% sobre o faturamento registrado no mesmo período do ano anterior, que foi de R$ 14,769 bilhões.
Outros resultados da BRF
O balanço da BRF também mostrou um Ebtida ajustado de R$ 1,903 bilhão, que representa lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização da companhia. No quarto trimestre de 2022, o montante registrado foi de R$ 1,079 bilhão, com crescimento anual de 76,3%.
Já a margem Ebtida foi de 13,2%, com aumento de 5,6 pontos percentuais (p.p.) em relação à margem de 7,6% observada no 4T22. No que se refere à execução comercial, a companhia teve um crescimento na sua disponibilidade de produtos, com alta de 4 p.p. sobre o mesmo período do ano anterior.
O lucro bruto da companhia foi de R$ 3,193 bilhões no 4T23, correspondente a um avanço de 30,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o valor reportado foi de R$ 2,439 bilhões.
“Os resultados foram impulsionados por uma melhor performance operacional e pela disciplina financeira da companhia que, em sequência ao follow on, contribuíram para a redução significativa da alavancagem (atingindo 2,01x)”, acrescentou o CEO da BRF, Miguel Gularte.
Desempenho anual da BRF
Cotação BRFS3