Dólar ultrapassa R$ 5,10 sem perder tempo, impulsionado por Fed e China
Antes de fechar a semana, o dólar torna a disparar no mercado local nesta manha de sexta-feira (12).
A alta do dólar acontece em sintonia à valorização da moeda no exterior, após queda nas exportações e importações na China, somada às probabilidades de só haver um corte de juros nos Estados Unidos neste ano.
Às 9h40, o dólar à vista subia 0,55%, a R$ 5,1187, após tocar em máxima a R$ 5,1227 (+0,63%) – maior máxima intraday desde 10/10/2023, a R$ 5,1418. O dólar para maio ganhava 0,54%, a R$ 5,1285.
O que mexe com o dólar hoje?
No radar no câmbio está o vencimento de NTN-A na segunda, superior a US$ 3,5 bilhões, mas o Banco Central vendeu apenas US$ 1 bilhão em swaps cambiais extras neste mês para atender à maior demanda relacionada à liquidação desses contratos.
Esse descasamento entre oferta e demanda por dólar futuro é fator de alta e um eventual novo leilão de swap cambial para suprir essa demanda técnica fica no foco, segundo um operador de câmbio.
Os juros futuros operam com viés de baixa após queda nos serviços em fevereiro, que afeta principalmente a ponta curta da curva, e dos rendimentos dos Treasuries nesta manhã, depois de a curva americana voltar a alcançar o pico desde novembro durante a sessão de ontem após dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) reforçarem postura cautelosa em relação aos próximos passos da política monetária.
Dados Brasil e corte da Selic pelo Itaú (ITUB4)
O volume de serviços prestados no Brasil caiu 0,9% em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês anterior, o resultado do indicador foi revisto de alta de 0,7% para avanço de 0,5%. O resultado de fevereiro contrariou a alta de 0,2% apontada pela mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam desde uma queda de 1,2% a uma alta de 0,8%.
Na comparação com fevereiro do ano anterior, houve elevação de 2,5% em fevereiro de 2024, já descontado o efeito da inflação. Nessa comparação, o resultado ficou abaixo do piso das estimativas, que eram de uma elevação de 2,7% a 6,1%, com mediana positiva de 4,7%. A taxa acumulada no ano – que tem como base de comparação o mesmo período do ano anterior – cresceu 3,3%. Em 12 meses, os serviços acumulam alta de 2,2%.
O Itaú Unibanco (ITUB4) elevou nesta sexta sua projeção para a taxa Selic de 2024, de 9,25% para 9,75% ao ano, citando o avanço das dúvidas internas e as dificuldades crescentes no exterior.
De acordo com o Itaú, um cenário global mais desafiador, com desinflação mais lenta, adiamento e redução do orçamento dos cortes de juros em economias desenvolvidas e incertezas domésticas (com maior pressão em preços de serviços mais sensíveis ao desempenho do mercado de trabalho e expectativas desancoradas) limitarão de forma mais intensa os cortes de juros. Ao mesmo tempo, o Itaú espera uma redução do ritmo de flexibilização monetária a partir de junho. Assim, estima que a Selic permaneça no nível de 9,75% ao longo de 2025.
Em relação à Petrobras, a Justiça suspendeu o presidente do Conselho de Administração da empresa, Pietro Mendes, opositor do CEO Jean Paul Prates. A empresa informa que vai recorrer. No Congresso, a oposição promete derrubar o veto presidencial ao projeto das saídas temporárias de presos no regime semiaberto para visitar as famílias. É mais um caso na atual gestão em que o Executivo contraria em parte uma decisão do Legislativo.
Com informações de Estadão Conteúdo.