Ações da Petrobras (PETR4) decolam no Ibovespa nesta quarta; veja por quê
As ações de Petrobras (PETR4) dispararam nesta quarta-feira (10) no Ibovespa, liderando os ganhos do índice, com o mercado reagindo positivamente à descoberta por parte da estatal de uma acumulação de petróleo em águas ultraprofundas da Bacia Potiguar, próximo à divisa entre os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte.
O Ibovespa encerrou o pregão em forte queda de 1,41%, aos 128.053,74 pontos. A baixa do índice da B3 só não foi maior em função do avanço das ações da Petrobras – impulsionadas pela cotação do petróleo (que fechou em alta) e pela notícia de de que Jean Paul Prates deve se manter como presidente da estatal, segundo fontes da Bloomberg.
No fechamento, as ações PETR4 subiram 2,22%, cotadas a R$ 39,59, enquanto as ações PETR3 avançaram 3,02%, a R$ 41.
Cotação PETR4
“Mais uma vez, isso comprova que a Petrobras tem um potencial de exploração ainda maior. Vai ser uma empresa que vai continuar crescendo, se tornando mais relevante, exportando mais. Se não fosse o ruído político, a Petrobras hoje era com certeza a ‘top pick’ de boa parte das gestoras do Brasil”, pontua Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.
Essa é a segunda descoberta da Petrobras na Bacia Potiguar neste ano, sendo precedida pela comprovação da presença de hidrocarboneto no poço Pitu Oeste, localizado na concessão BM-POT-17, a cerca de 24 km de Anhangá.
Ambas as descobertas de acumulação de petróleo da Petrobras ainda devem passar por avaliações complementares, segundo a companhia. A estatal, que opera as duas concessões, detém 100% de participação.
“A Petrobras está em um momento excelente, a produtividade crescendo, lifting cost diminuindo, o preço de petróleo se mantendo em patamar alto. E a cada trimestre que passa ela consegue botar mais barris de petróleo por dia em termos de extração, diante de todos os investimentos bilionários dos últimos anos”, completa Cruz.
Petrobras (PETR4): Alexandre Silveira nega definição sobre pagamento de dividendos
No centro da crise que envolve o comando da Petrobras, o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, disse que o cargo de presidente da estatal cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e negou qualquer definição sobre o pagamento de dividendos.
Após evento de assinatura da Medida Provisória (MP) das Energias Renováveis e da Redução Tarifária no Palácio do Planalto, na terça-feira (9) ele negou que, junto com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Casa Civil, Rui Costa, tenha fechado um acordo sobre a distribuição de dividendos extraordinários da Petrobras.
Segundo Silveira, o encontro foi para falar “sobre as possibilidades” de olho na melhora da economia brasileira.
“Não é verdade que nós acordamos entre nós qualquer coisa que seja sobre distribuição de dividendos“, disse Silveira, que classificou o episódio como uma “grande especulação”. “O que aconteceu entre nós foi um diálogo sobre as possibilidades…”, comentou ele, acrescentando que o foco das conversas foi sobre as questões econômicas. “Foi para discutir como vamos revigorar a economia nacional, o resto foi especulação”, acrescentou. “É natural que a gente tenha debate permanente com os ministros Rui e Haddad.”
Silveira negou qualquer posicionamento sobre a distribuição de dividendos extraordinários da Petrobras. “Dizer que sou contra ou a favor de distribuição de dividendos não é informação precisa”, comentou o ministro. “O que sou favorável é que tenhamos informações precisas para tomada de decisões sobre distribuição”. A convicção, segundo ele, é que a estatal será a empresa mais valorizada do mundo dentro do segmento.