5 gatilhos que fizeram o dólar disparar em 2024 – e podem continuar valorizando a moeda

O dólar já subiu 4% em 2024 em relação ao real brasileiro. Esse salto é um “fenômeno multifatorial”, segundo André Colares, CEO da Smart House Investments.

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No momento, o câmbio do dólar é influenciado por fatores nacionais, como a incerteza fiscal brasileira, assim como as decisões de políticas monetária a serem tomadas pelo Federal Reserve.

Em tempos de indecisão econômica como os atuais, analistas costumam avaliar investimentos em dólar, que podem ser uma proteção para o patrimônio diante da desvalorização do real.

“No entanto, essa avaliação depende muito da situação individual de cada investidor e de sua tolerância ao risco. O real, por sua vez, se desvalorizando, pode levar a uma inflação mais alta e a um aumento das taxas de juros no Brasil”, explica Fábio Murad, sócio da Ipê Investimentos.

Na contramão, se o dólar inverte de direção e começa a desvalorizar, o real pode conseguir se fortalecer. “Isso poderia ajudar a controlar a inflação e talvez permitir uma redução nas taxas de juros no Brasil”, destaca, acrescentando que a projeção para a taxa de câmbio no final de 2024 é de R$ 4,95.

Para o economista Volnei Eyng, CEO da Multiplike, a diversificação dos investimentos em dólar e real é uma das estratégias para se proteger contra as viradas do mercado.

“O investidor fica mais protegido dolarizando seu ativo lá fora, seja em renda fixa ou renda variável. Vale mencionar que os títulos do Tesouro (Treasuries) pré-fixados americanos estão nos maiores valores das últimas décadas”, aponta.

Como aponta Colares, o “fenômeno mulfatorial” chama a atenção do mercado financeiro, não só pela magnitude do movimento, mas também pelas implicações amplas que transbordam para além das fronteiras dos EUA.

“Este rali da moeda verde reflete uma conjunção de fatores, desde a hesitação do FED em cortar as taxas de juros diante de um cenário de inflação resiliente, até a percepção de risco fiscal em economias emergentes como o Brasil. As especulações sobre a política fiscal do novo governo Lula e as incertezas geopolíticas globais adicionam camadas de complexidade, alimentando o apetite por segurança que historicamente beneficia o dólar”, destaca.

5 gatilhos para o dólar em 2024

A seguir, os especialistas listaram cinco possíveis gatilhos do dólar, que podem ter impulsionado a disparada da moeda neste ano.

  • A incerteza sobre se o Federal Reserve (Fed), se irá ou não cortar os juros em junho;
  • A situação fiscal do Brasil, que permanece como uma preocupação para os investidores;
  • A expectativa de um déficit maior do que o esperado para este ano, aumentando a tensão no cenário local e impactando o câmbio e as taxas de juros;
  • A incerteza sobre a direção futura da política monetária global e os crescentes desequilíbrios fiscais internos;
  • O aumento dos preços do petróleo, que contribui para a inflação global e pode favorecer um cenário de postura mais rígida por parte do Fed.

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Banco Central tenta controlar dólar

A alta do dólar pode ter efeitos negativos na economia brasileira, especialmente o aumento dos produtos que são associados ao câmbio da moeda norte-americana.

Por isso, uma das funções do Banco Central do Brasil é tentar conter avanço da moeda. O BC intervém no mercado de câmbio, comprando ou vendendo dólares, com o objetivo de influenciar o valor da moeda estrangeira em relação à moeda nacional.

Assim, o BC consegue estabilizar a cotação do dólar para real e controlar a inflação, evitando prejuízos com as exportações e um mega estímulo às importações.

Além disso, quando o BC atua no câmbio, ele protege as reservas cambiais do país e reduz a volatilidade da taxa e câmbio, o que prejudica empresas e investidores que dependem de transações internacionais.

“Essas são algumas das principais razões pelas quais o Banco Central intervém no mercado de câmbio, buscando manter a estabilidade e promover o desenvolvimento econômico do país”, indica Eyng.

Nesta terça-feira (9), o dólar no mercado à vista atingia uma cotação de R$ 5,0090 às 15h02 (de Brasília), com variação negativa de -0,35%.

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Camila Paim

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