IPCA de 0,24% em março e 0,35% em abril; veja projeções do BC
O Banco Central (BC) divulgou nesta quinta-feira (28) no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), suas projeções de IPCA de curto prazo, que abarcam os meses de março a junho.
A previsão do BC para o IPCA de março é de alta de 0,24%. Já a projeção para abril é de aumento de 0,35% e, para maio, é de elevação de 0,27%. A estimativa para junho é de alta de 0,15%.
Segundo o documento, a revisão na projeção de março em relação ao relatório anterior foi influenciada pela variação menor no subitem passagem aérea e em produtos in natura.
“O cenário de referência até junho contempla variações abaixo das observadas nos últimos três meses, em linha com a sazonalidade mais favorável do período”, explicou a cúpula do BC.
O RTI explicou que, descontados os efeitos sazonais, a projeção é consistente com ritmo de desinflação mais lento do que o observado entre 2022 e 2023.
“A variação menor nos preços ao consumidor deve ter contribuição relevante dos preços da alimentação no domicílio, em particular de alimentos in natura e de arroz e feijão, que apresentaram variações acentuadas nos três meses até fevereiro”, pontuou.
Por outro lado, segue o relatório, leites e derivados, em período de entressafra para a captação do leite in natura, devem continuar com variações mais elevadas.
Os preços de bens industriais devem manter variações relativamente baixas, conforme as expectativas do BC, já que os preços ao produtor de bens industriais continuam com evolução benigna, segundo a autoridade monetária, ainda que haja sinais de reajustes maiores nos preços de bens finais.
“O período até junho deve incorporar os efeitos do reajuste de preços máximos de medicamentos, típico do período, que devem contribuir para variação ainda elevada no segmento de preços administrados“, salientou.
Serviços deve ter variações mais baixas no IPCA
O RTI enfatizou também que o segmento de serviços deve apresentar variações mais baixas, passado o efeito sazonal do reajuste de mensalidades escolares.
No componente subjacente, um dos pontos mais acompanhados pelo BC e o mercado financeiro, a perspectiva é de desaceleração gradual.
“Ainda que a sazonalidade nesse componente seja menos pronunciada, os dois primeiros meses do ano concentram variações mais altas, que não devem ser observadas nos meses até junho.”
O BC acrescentou que, no subitem serviço bancário, não se esperam variações como as observadas entre dezembro e fevereiro. “Por fim, a variação mensal da média dos núcleos de inflação deve permanecer em patamar acima da meta de inflação, dentro do intervalo de tolerância.”
BC revisa PIB de 2024 de alta de 1,7% para 1,9%
O BC elevou sua estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 de 1,7% para 1,9%, conforme o RTI.
No geral, houve uma grande mudança das expectativas da autoridade monetária para o consumo do governo e uma reversão da trajetória positiva da agropecuária, que foi o destaque do crescimento no ano passado.
Pelo lado da oferta, o BC alterou a estimativa para a expansão da agropecuária de avanço de 1,0% para uma queda de 1,0%. Em 2023, o setor havia revelado um crescimento de 15,1%, que surpreendeu o mercado. Já a revisão para a indústria foi de alta de 1,7% para 2,2%. No caso dos serviços, o BC mudou a previsão de crescimento de 1,9% para 2,0%.
Em relação aos componentes da demanda, o RTI informou que mantém a projeção de expansão de 2,3% do consumo das famílias, mas alterou significativamente, de 1,1% para 1,9%, a previsão de alta do consumo do governo.
O documento de hoje indica ainda que a projeção para 2024 da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) – indicador que mede o volume de investimento produtivo na economia – passou de aumento de 1,0% para avanço de 1,5%. Todas as estimativas anteriores constavam do RTI divulgado em dezembro.
No Boletim Focus, a mediana é de crescimento de 1,85% para o PIB deste ano. O Ministério da Fazenda estima expansão de 2,2%.
Com Estadão Conteúdo