CEO do Banco do Brasil (BBAS3) reafirma que ‘não vê risco de interferência do governo’
A atual presidente do Banco do Brasil (BBAS3), Tarciana Medeiros, voltou a negar a possibilidade de interferência do Governo Federal na companhia durante o evento Bloomberg New Voices, nesta terça-feira (19). A executiva declarou que ‘não vê esse risco’ no momento atual.
“Estou no banco há 24 anos e vi a evolução da governança 24 vezes. O banco tem uma característica diferente, somos uma empresa do sistema financeiro, temos questões de regulação. O mercado financeiro é um mercado muito bem regulado”, declarou a CEO do Banco do Brasil.
Os questionamentos vieram após uma série de estocadas do governo em direção à Petrobras (PETR4) e à Vale (VALE3) nas últimas semanas, e após o presidente Lula (PT) dizer em entrevista ao SBT que “é possível” fazer com que esses bancos públicos baixem as taxas para forçar os rivais privados fazerem o mesmo.
A executiva do BB destacou que é mais simples explicar esse ponto aos investidores locais, ao passo que é necessário reafirmar os resultados do banco para os investidores estrangeiros.
Tarciana Medeiros também declarou que o BBAS3 “tem ROE acima de 20% e espera mantê-lo acima de 20%”.
CEO do Banco do Brasil reafirma que banco ‘não fará operações não rentáveis’
Durante o evento, a executiva destacou que o banco seguirá conservador em termos de política de concessão de crédito.
As declarações vão em linha com as ‘doses de tranquilidade’ que Tarciana deu recentemente ao mercado, ao destacar, em entrevistas, que o Banco do Brasil não fará operações não rentáveis.
“Não concedemos crédito que dá prejuízo. Não vejo esse risco [de interferência para baratear o crédito]. Não enfrentamos essa questão e temos autonomia de gestão”, declarou Tarciana durante o Bloomberg Voices.
A CEO ainda exemplificou com as operações do consignado do INSS em 2023, em que o banco repassou os cortes da Selic de forma automática.
Ao ser indagada sobre o payout do Banco do Brasil, elevado ainda neste ano, Tarciana se limitou a dizer que o patamar será mantido após o apoio majoritário do Conselho de Administração do banco.